v. 7, n. 1 (2023)
v. 7 n. 1 (2023)

Além de ser um centro de estudo, pesquisa e extensão, a UFABC é um projeto de país que motiva a comunidade acadêmica a viver cada instante do presente como propulsor do futuro do Brasil. Por isso, lançar um número da Iandé no último dia de 2023 assume a carga simbólica de celebração do porvir. Como nos números anteriores, estudantes de universidades federais apresentam nesse número pesquisas com análises críticas e propositivas sobre política, saúde, economia, relações internacionais, acessibilidade e meio-ambiente.
Da UFPel, Michele Negrini, Amanda Freitas Kuhn e Daniel Batista de Jesus da Silva apontam a importância de recursos de acessibilidade em telejornais a partir de estudo de casos durante a pandemia de covid, quando recursos assistivos foram literalmente vitais para manter a população com deficiência auditiva bem informada. Dentre os artigos produzidos por estudantes da UFABC, Isabelle de Almeida Teles discute políticas públicas de atenção à saúde materna, mostrando o impacto positivo de programas públicos na prevenção da mortalidade materna nos últimos 20 anos no Brasil. Tiago Andrade apresenta a bioeconomia como proposta alternativa à economia atual na América Latina, e Isabela Temístocles Gomes analisa a importância do hidrogênio verde no Brasil para a descarbonização climática. Guilherme Zanusso de Barros aborda as injustiças sociais no Brasil a partir da desconstrução de uma cultura da desigualdade historicamente determinada. Com a orientação  da Profa. Ana Tereza Lopes Marra de Sousa, da UFABC,  o aluno da ETEC-SP Diego Almeida Oliveira desenvolveu uma pesquisa de Iniciação Científica  no Ensino Médio, com bolsa do CNPq,  que resultou no artigo “Visões de China  na imprensa brasileira”. Ainda no campo das relações internacionais e impactos na economia, Artur Aleixo Munari Gonçalves analisa políticas de indicação geográfica no contexto do Mercosul e da União Europeia a partir do caso do vinho espumante “champanhe.”
Junto ao brinde a 2023 e à chegada de 2024, a equipe editorial formada pelo idealizador da Iandé, Prof. Leonardo Mello, e por mim dá as boas-vindas aos novos editores que assumem a revista a partir de 2024, Profa. Roberta Peres e Prof. André Pasti. Nos sete anos em que estivemos na editoria, tivemos o prazer de ver a Iandé classificada no Qualis da Capes como revista B3 e receber avisos de impacto das publicações de nossos estudantes em trabalhos publicados em outras revistas acadêmicas. O ano novo vem com a novidade de uma editoria que conta com dois docentes e pesquisadores que somam competência e energia a cada projeto em que se envolvem. 
Pareceristas e autores foram fundamentais para a existência dos dez números publicados desde 2017, e essa constância só foi possível graças à atuação incansável de um colega genuinamente dedicado à construção e preservação do conhecimento, o bibliotecário Hugo Carlos que, para além de suas atribuições como bibliotecário-chefe da UFABC, tem sido desde 2017 a força motriz das engrenagens comunicacionais e informáticas da Iandé. Muito obrigada, Hugo!  
À discente de graduação Carolina Árabe, que nos acompanhou como voluntária na revista por um ano, nosso agradecimento pelo entusiasmo no trabalho. E, às vésperas de sua defesa de doutorado, deixamos aqui um afetuoso agradecimento a Sara Aparecida de Paula, que trabalhou como voluntária na revista durante seu mestrado e doutorado na UFABC. 
Feliz 2024!
Paula Braga

v. 6, n. 1 (2022)
v. 6 n. 1 (2022)

A revista acadêmica Îandé nasceu em 2017 com objetivo de estimular e viabilizar aos estudantes a publicação de suas pesquisas desde a graduação e, desde então tem conseguido com sucesso, divulgar e ampliar a comunicação de nossas pesquisas. A Revista Îandé entende que a comunicação, a divulgação e a publicização são partes integrantes do processo de pesquisa e discentes devem aprender e tomar gosto pela escrita científica desde sempre, ainda na graduação, estabelecendo desde cedo o contato com as regras formais (e.g. Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT), éticas (e.g. anti-plágio) e culturais (e.g. revisão por pares) da atividade de escrita científica.
A comunicação científica é uma atividade social e como tal, está em constante evolução, portanto, a Îandé evoluiu e em 2022, para dar vazão à essa comunicação passa ao formato de publicação contínua, seguindo as boas práticas em editoração de periódicos científicos e buscando conferir agilidade ao processo de publicação dos artigos. Nessa nova modalidade, os artigos passam a ser publicados logo após sua aprovação e edição, ao longo do ano.
Convidamos todas as pessoas da comunidade acadêmica que tenham trabalhos adequados aos perfil da Îandé a enviar seus manuscritos clicando no link: Diretrizes para autores

v. 5, n. 2 (2021)
v. 5 n. 2 (2021)

Um movimento lento e contínuo produz mudanças que só conseguimos identificar quando a nitidez de um novo estado recebe um nome. O céu alaranjado vira o céu escuro em uma passagem por infinitos estados diferentes da luz, mas nomeamos apenas dois deles: entardecer e noite. Da mesma forma, a transfiguração que a universidade pública brasileira produz na sociedade precisa de signos para ser melhor percebida. É sempre um orgulho perceber que cada edição da Revista Iandé funciona como índice do trabalho contínuo da comunidade da UFABC: quem era estudante virou pesquisador. Os jovens pesquisadores que contribuíram para esta edição estão na nossa universidade há quatro anos, em média. Chegaram, portanto, antes da pandemia que nos afastou dos campi, e comprovam que, a despeito das dificuldades, a UFABC manteve-se firme e constante na formação acadêmica e produção científica.
O resultado das pesquisas aqui apresentadas, da mesma forma, salientam a constância de outros movimentos transformadores em nossa sociedade, a despeito das forças políticas retrógradas dos últimos anos. Cada artigo conceitua estados de resistência que, identificados, passam a nomear a possibilidade de um alvorecer. Misael Dutra revê a literatura sobre bolhas epistêmicas e câmaras de eco nas redes sociais relacionando-as à desinformação e aumento de mortes durante a pandemia. Mariana Lima Araujo Malta registra um novo momento na luta decolonial abordando a restituição aos países de origem de bens culturais usurpados por colonizadores. Isabella Montilha da Silva aponta a falácia do estabelecimento de categorias para deslocados forçados, demonstrando que a distinção entre refugiados e migrantes é um desrespeito aos diretos humanos. José Vinícius Ribeiro Campos une sua pesquisa na UFABC com sua participação em um grupo de estudos da PUC-SP para salientar a relevância de filmes na constituição de uma nova perspectiva sobre a velhice e Heloísa Brandão Monte discute o início de uma transformação na economia mundial a partir de esforços do Banco Central Chinês em alavancar a internacionalização da moeda chinesa, o renminbi.
A clareza da luz nos provê a percepção da chegada de um novo dia. E ele virá também em luminosidade nova na política, na economia, nas possibilidades de pensamento e compreensão da condição humana. A certeza da movimentação advém dos trabalhos que nos avisam que a luz está constante e lentamente mudando.
Agradecemos a todos e todas as pareceristas que se dedicam ao aprimoramento dos artigos submetidos à Iandé, a autores que persistem na escrita de versões cada vez mais bem elaboradas de seus textos, e a colegas que orientam as três principais fontes de artigos publicados na Revista Iandé: Práticas em Ciências e Humanidades, Iniciações Científicas e trabalhos de conclusão de curso. Aproveitamos para reforçar o convite a docentes e estudantes de doutorado da UFABC para cadastrarem-se como pareceristas da revista em https://periodicos.ufabc.edu.br/index.php/iande.
Boa leitura, com nossos votos de um luminoso 2022.
Leonardo Freire Mello, Paula Braga, Hugo da Silva Carlos e Sara Aparecida de Paula

Ciências e Humanidades
v. 5 n. 1 (2021)

É sempre revelador detectar o nexo entre os artigos que compõem cada edição da Revista Iandé. Com exceção dos números dedicados a dossiês temáticos, a revista publica trabalhos recebidos em fluxo contínuo, então o tema de cada número toma forma depois de um longo processo. Os textos recebidos são encaminhados a avaliadores que fornecem orientações para o aprimoramento da pesquisa. São então retrabalhados pelos autores e finalmente chegam à fase de revisão, editoração e publicação. Considerando que nem todos os autores persistem no processo fundamental da publicação acadêmica que é a revisão por pares e reescrita do texto -- provavelmente um efeito da era do imediato e das endorfinas produzidas por emojis de aplausos superficiais --, a seleção final de artigos carrega nas entrelinhas um forte desejo dos autores de levar a público temas, hipóteses, argumentações bem elaboradas e refinadas ao longo de meses. O que é esse desejo? O conjunto de artigos deste número da Revista Iandé nos sugere que é desejo de alternativas éticas e epistemológicas para a reconstrução do Brasil. Em meio à crise de segurança alimentar que abate o Brasil durante a catastrófica administração da pandemia, Raquel Canoso fornece dados sobre a região do país que mais sofre com a fome, o Nordeste, em um texto que não só recorda os anos em que o Brasil saiu do Mapa da Fome da FAO como também elenca soluções para o aproveitamento dos recursos de produção de alimentos e combate ao desperdício, defendendo a premissa tão óbvia quanto ignorada de que produção agrícola deve servir ao combate à fome e não ao lucro do agronegócio. Elaine Maria de Moura Souza discute os desafios para o desenvolvimento industrial brasileiro, e Débora de Araújo Bastos apresenta os primeiros resultados de uma pesquisa sobre educação ambiental no ensino fundamental. No âmbito das relações internacionais, a incredulidade que nos perpassa a respeito dos rumos ideológicos do governo federal é o motor da pesquisa de Stefano Andrade Tomei sobre as obscuras referências intelectuais do ministro das relações exteriores. O artigo de Bruna Amaral Gurgel Xavier escreve uma parte dolorosa da história da desigualdade de gênero no país com o estudo sobre o tratamento dado pelo Estado a adolescentes infratoras na década de 1950. Literalmente em busca de "outras perspectivas", o texto de Guilherme Guimarães Sebastião investiga a representação do mundo na forma de paisagem, e apresenta alternativas na técnica fotográfica que podem alargar nosso olhar sobre o espaço das cidades. No mesmo movimento de expansão da representação tradicional e portanto das possibilidades de pensar sobre o mundo, Gilberto Ferreira da Silva apresenta a obra de artistas indígenas contemporâneos e Dener Nascimento Savino discute a diferença entre obra de arte e objeto estético, salientando a relevância deste último como forma mental que propicia a experiência estética transformadora. Os editores agradecem aos autores e às autoras pela dedicação a seus temas de pesquisa, aos avaliadores que colaboraram na seleção e aprimoramento dos textos e à equipe da Revista Iandé, que a cada número realiza nossos desejos de construirmos uma sociedade justa, fundamentada no pensamento científico e na vitalidade da arte.
Paula Braga e Leonardo Freire de Mello (Março/2021)

v. 4, n. 1 (2020) : Dossiê: Propriedade Intelectual e Capitalismo no século XXI
v. 4 n. 1 (2020)

Durante os primeiros meses do período de isolamento social devido à pandemia de 2020, enquanto as rotinas de trabalho e estudo se adaptavam à comunicação online, recebíamos para publicação um dossiê especial sobre Propriedade Intelectual e Capitalismo no século XXI, organizado pelo Prof. Dr. José Paulo Guedes Pinto, da UFABC. A relevância do tema foi ainda mais realçada pela expectativa de longos meses de vida digital, com o consequente impacto na economia mundial, bem como pela esperança depositada na criação e distribuição universal de uma vacina contra o Covid-19. Como ficarão as patentes relacionadas a medicamentos, vacinas, plataformas de comunicação e tecnologias de produção de alimentos e bens de consumo no mundo pós-pandemia?

v. 3, n. 1 (2019)
v. 3 n. 1 (2019)

Uma pesquisa começa com uma pergunta. Algo no mundo incomoda, intriga e assim impulsiona o pesquisador a ir a campo ou a ler sobre assuntos que possam responder à dúvida original. Surgem alguns vislumbres de respostas –  as hipóteses – e a partir daí o aprofundamento da pesquisa encontra sua  meta: desenvolver uma argumentação que comprove a validade da hipótese. Não é fácil ter uma pergunta. Às vezes o sentimento de incômodo com uma situação nos engolfa em mal-estar difuso. Pesquisar, então, torna-se um alívio, porque dá forma à nuvem de consternação, dominando-a e transformando-a em dados, análises, descrições, redes de causalidades e, finalmente, em proposições. Por isso, cada edição da Revista Iandé é uma amostra das perguntas sobre o mundo que jovens pesquisadores elegeram responder. Na edição que se segue, muitas dessas perguntas abordaram os rumos da cultura no Brasil, como no artigo de Graciela Medina sobre coletivos de cultura e nos relatos de vivências em espaços culturais da cidade de São Paulo tão distintos quanto uma roda de samba, um cabaré, uma ópera, um festival de anime, entre outros espaços visitados por estudantes de graduação da Profa. Lívia de Tommasi. Em uma época de censura e restrição de fomento público a propostas culturais libertárias, não é exagero enfatizar a riqueza desses relatos como prova da diversidade de experiências que o setor cultural da sociedade já provê, para que cada um procure livremente o que vivenciar, sem tutelagem. A questão da liberdade também incitou as perguntas de Fellipe Sena sobre a repressão à sexualidade durante o governo nazista na Alemanha, e aparece nas reflexões de Daniela Zago sobre os danos sociais e ambientais da sociedade do consumo, que culminam no sofrimento por privações básicas analisadas por Arquias Cruz em um estudo sobre a fome em São Paulo e no artigo de Lucas Mathias sobre sofrimentos físicos e mentais do trabalhador na era da uberização. No contexto das relações internacionais, o nacionalismo no Japão estudado por Ayana de Moraes e a análise feita por Renato Bilotta das doutrinas de política externa dos EUA nos anos Eisenwoher, adaptados a interesses momentâneos de um governo, tanto investigam casos específicos quanto nos alertam para perigos que nos espreitam. Ler a Iandé é uma forma de compreender as intuições da juventude sobre as dúvidas contemporâneas. Boa leitura.
Paula Braga e Leonardo Freire de Mello (dez. 2019)

v. 2, n. 3 (2019)
v. 2 n. 3 (2019)

A Revista Îandé chega ao terceiro número de seu segundo volume. Para uma revista cujo título significa “nós todos”, essa edição não poderia ser mais feliz: recebemos dezenas de submissões espontâneas, que continuam em avaliação e editoração para os próximos números; a quantidade de pareceristas que voluntariamente trabalham na avaliação das submissões cresceu (e esperamos que, a cada edição, mais docentes estejam cadastrados no sistema da revista, garantindo que os artigos sejam examinados por pesquisadores especialistas); a fotografia da capa da revista é de um de nossos alunos de graduação, Rennan Willian da Silva, a quem agradecemos a colaboração; finalmente, os temas dos artigos aqui apresentados refletem a riqueza da interdisciplinaridade, um dos pilares da UFABC. Nós todos da UFABC estamos implicados no tema da melhoria do ensino no Brasil, abordado no artigo de Andressa Regina Vizin, e nas políticas de inclusão e ampliação do acesso universal ao ensino, assuntos pesquisados por Lorena Ismael Fernandes. Coincidindo com a criação do Bacharelado em Biotecnologia na UFABC, o artigo de Rafael Mejias traça o histórico da Bioeconomia no Brasil. A partir de textos de quatro autores clássicos da Filosofia da Ciência, campo fundamental no projeto pedagógico da UFABC, a pesquisa de Pedro Farhat discute alguns pressupostos do conhecimento científicoLucas de Paula Landin parte de um caso sobre urbanizaçãopara deslindar a relação entre cultura e política. Por fim, este é um número da Iandé que ressalta o que por vezes esquecemos: pesquisamos e escrevemos a partir de um lugar específico do planeta, a América Latina, e é desse lugar que nos falam os trabalhos de Amanda Soares de Melo, Heloísa Cristina Ribeiro e Paulo Henrique Campos Gal. Há futuro à vista quando alunos de graduação enxergam o mundo com tamanha intensidade e amplidão de pensamento. Boa leitura!
Leonardo Freire de Mello e Paula Priscila Braga (Julho/2019)

v. 2, n. 2 (2018) : Ensaios etnográficos
v. 2 n. 2 (2018)

Aqui está a mais nova edição da Revista Îandé, composta por um dossiê temático organizado pela Profa. Dra. Marília Pisani e que apresenta os trabalhos produzidos por suas alunas e seus alunos da disciplina “Práticas em Ciências e Humanidades” do segundo quadrimestre de 2018 na Universidade Federal do ABC.


 

v. 2, n. 1 (2018) : Participação, movimentos sociais e políticas públicas
v. 2 n. 1 (2018)

Nesta edição, vemos todo o esforço do trabalho da equipe recompensado pela enorme diversidade e a interdisciplinaridade, tão características da UFABC e seu inovador projeto pedagógico. Através de onze artigos, divididos em um dossiê temático "Participação, movimentos Sociais e Políticas Públicas" e artigos originais, essa edição apresenta uma vasta gama de discussões, temas e conceitos, abrangendo diferentes campos do conhecimento e apontando interessantes e promissores caminhos para a pesquisa na Universidade. 

v. 1, n. 1 (2017) : Îandé – nós (todas e todos somos) pesquisadoras e pesquisadores!
v. 1 n. 1 (2017)

Îandénós (todas e todos somos) pesquisadoras e pesquisadores!


Îandé é o pronome pessoal “nós”, em sua forma inclusiva no Tupi. Como explica o dicionário Tupi Guarani, no “Tupi existe outra forma do pronome pessoal NÓS (usada) quando se fala (de) pessoas (não incluídas) no NÓS” – que é Oré. Ao contrário dessa forma exclusiva, Îandé é inclusiva, por exemplo: “Îandé brasileiras/brasileiros”, ou seja, “nós (somos todas e todos) brasileiras e brasileiros”.