Pode o circuito inferior da economia urbana abrigar os famintos?

Autores

  • Livia Cangiano Antipon Instituto de Geociências - Unicamp

Palavras-chave:

Fome, ; Circuito Inferior da Economia Urbana, Mercado Popular de Alimentação, Pobreza Urbana, São Luís (MA)

Resumo

A pandemia de Covid-19 coloca a questão alimentar no centro do debate sobre as formações socioespaciais contemporâneas, seja no que se refere à organização dos sistemas alimentares, seja pelos alarmantes dados de aumento da fome, sobretudo nas periferias do Sul Global, caso do Brasil. Porém, é importante dizer que a fome aumentou mesmo antes de a crise sanitária se instalar no país, em março de 20201 . Essa informação é relevante para compreendermos tal fenômeno em sua característica estrutural, como um produto da reprodução capitalista no espaço (RIBEIRO JUNIOR, 2021). Diante disso, este texto discute os dados sobre fome e indicadores sociais anteriores à pandemia, refletindo acerca do aprofundamento da pobreza e da precarização do trabalho em São Luís (MA), capital do estado brasileiro com um dos maiores índices de fome e risco de fome.Sugere[1]se que tais aprofundamentos conformam e densificam uma economia organizada para a “sobrevivência” desses sujeitos empobrecidos nas metrópoles do Sul Global – sobretudo àquelas atividades organizadas em torno de um mercado popular de alimentação.

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Biografia do Autor

Livia Cangiano Antipon, Instituto de Geociências - Unicamp

Doutoranda em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Na mesma universidade me formei Mestra (2017), Bacharela (2014) e Licenciada (2013) em Geografia. Fui Visiting Scholar da City University of New York-Graduate Center, no Center for Place, Culture and Politics (2022-2023 - BEPE-Fapesp) e da University of Cape Town, no African Centre for Cities (2024 - Fapesp). No mestrado (bolsista CAPES) pude realizar visita técnica no Observatóri de l'Alimentació (ODELA Universitat de Barcelona) (2016). Na graduação estagiei na Université Paris Diderot-Paris VII, no instituto de Géographie, Histoire, Sciences de la Societé (2012). Integrei o Projeto de Cooperação Acadêmica Amazônia (PROCAD UNICAMP-UEMA-UFPA) entre 2018 e 2022, momento no qual realizei diversas atividades de pesquisa e ensino na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Também lecionei no ensino básico em escolas do estado de São Paulo (2009-2019) e compus, no ensino superior, o quadro de professoras do Programa Ensinar de Formação de Professores da UEMA (2021). Atualmente, tenho especial interesse na área de Geografia Econômica, Política e Urbana, com ênfase nos estudos sobre a fome e as teorias abolicionistas nas metrópoles dos países periféricos. Minha pesquisa atual é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e eu busco entender a Situação Alimentar, a produção da fome e os movimentos pelo direito à alimentação em São Luís, capital do Maranhão. Sou coautora do livro "Fome e Assistência Alimentar na Pandemia" (Editora Paulus, 2022). (Fonte: Currículo Lattes)

Referências

ANTIPON, L. C.; CATAIA, M. A. Mercado socialmente necessário e situação alimentar em Campinas: território, desigualdade e resistência. GEOUSP Espaço e Tempo, São Paulo, v. 22, n. 3, p. 591-606, 2018.

RIBEIRO, A. C. T. Território usado e humanismo concreto: o mercado socialmente necessário. In: SILVA, C. A. (org.). Formas em Crise: utopias necessárias. Rio de Janeiro: Arquimedes Edições, 2005.

RIBEIRO FILHO, W. F. (ed.). Boletim de conjuntura do município de São Luís. São Luís:

DIIE: SEPLAN, 2020. v. 1. RIBEIRO JUNIOR, J. R. S. A fome como processo e a reprodução social capitalista. Boletim Paulista de Geografia, São Paulo, v. 1, n. 105, p. 15-39, 2021. SANTOS, M. O espaço dividido: os dois circuitos da economia urbana dos países subdesenvolvidos. 2. ed. São Paulo: Unesp, 1979.

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Publicado

2024-05-27

Como Citar

ANTIPON, Livia Cangiano. Pode o circuito inferior da economia urbana abrigar os famintos?. Diálogos Socioambientais, [S. l.], v. 7, n. 18, p. 6–17, 2024. Disponível em: https://periodicos.ufabc.edu.br/index.php/dialogossocioambientais/article/view/1017. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Conjuntura