Sem Concessões
Sobre a atualidade do impulso crítico de Adorno
DOI:
https://doi.org/10.36942/rfim.v4i1.982Palavras-chave:
Adorno, sofrimento, pessimismo, atualidade, críticaResumo
Este artigo pretende discutir a atualidade do impulso crítico de Adorno. Ele já trabalhava com o pressuposto de que o juízo sobre qualquer objeto (obra artística, filosófica etc.) é indissociável da avaliação da sua atualidade. Encontramos essa pergunta, por exemplo, de forma explícita na sua palestra “A Atualidade da Filosofia”, ou na discussão da poesia após Auschwitz. Esse diagnóstico específico da impossibilidade da poesia foi considerado pessimista e exagerado. A ocorrência desses adjetivos é frequente nos leitores de Adorno. Muitas vezes com a pretensão de invalidar suas posições. Hoje, muito mudou e isso talvez ajude a evitar ler Adorno como um crítico ranzinza que não consegue discernir os progressos no interior do processo civilizatório ocidental. Estamos em uma época na qual o capitalismo fracassou de forma inquestionável e que, por isso, impõe uma transformação radical. O pessimismo da crítica era algo que a tornava irredutível e nossa época não pode mais criar teorias cúmplices de seu próprio fracasso ao recuar para concessões ponderadas. Destacar o imperativo de eliminar o sofrimento como outro elemento que organiza a teoria crítica de Adorno ajuda a evitar tal conformismo. Com esse percurso, pretende-se apresentar como os nexos entre sofrimento, exagero e pessimismo indicam a atualidade da atitude crítica adorniana.
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