Sobre o flagrante conflito entre o fanatismo e as máximas práticas e pragmáticas da razão.

Authors

Keywords:

fanatismo; prudência; moralidade; política.

Abstract

No sistema kantiano, a máxima proveniente da razão e, tão somente da razão, é dita como sendo uma máxima moral. No entanto, a razão pode permear-se de interesses individuais, isto é, de ações que visam tirar algum proveito da situação em questão, mesmo que estejam em conformidade com o imperativo categórico, que é o mais puro juízo moral. Assim, o trabalho visa investigar o dissenso entre prudência, moralidade e fanatismo. Kant, em sua obra A paz perpétua, evidencia a contradição que há nos alicerces da política: o uso da prudência como guia por parte de seus interesses e a moralidade, que deve verdadeiramente nortear as suas ações. Contudo, o uso da prudência não deve ser dispensado, visto que as inclinações naturais são fundamentais para a busca da felicidade própria. Nossa hipótese é que, apesar de a moralidade e a prudência se chocarem em algum momento na política, elas se unem contra o fanatismo. Tal conceito é a extrapolação dos limites da razão diante do uso exagerado das faculdades da imaginação que, no contexto político, parece, enganosamente, se entrelaçar nas leis morais que ditam a razão. Logo, podemos concluir que o fanatismo não pode ser moral, levando em consideração sua negação às máximas morais, já que contrariam o princípio subjetivo da ação e, portanto, o dever moral. O fanatismo também leva à imprudência, visto que o fanático é incapaz de agir diante das convenções sociais impostas para a estima de todos, isto é, por meio de uma prudência mundana e contraria o princípio da felicidade própria, projetado pela prudência privada.

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Author Biographies

Tomaz Martins da Silva Filho, Instituto Federal de Educação, Ciência e tecnologia do Pará

Doutor em Filosofia pela Universidade Federal de Sergipe, Mestre em Educação pela Universidade Federal do Tocantins, Especialista em Filosofia e Ensino de Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano e Licenciado em Filosofia pelo Instituto de Estudos Superiores do Maranhão. Faz parte do corpo docente efetivo do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Pará desde 2016.É líder do Grupo de Pesquisa Intercampi de Filosofia do IFPA (GPIFIL) e membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Filosofia Moderna e Contemporânea (COGITANS/UEPA), também faz parte do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Filosofia da História e Modernidade (NEPHEM/UFS). É coordenador de pesquisa do IFPA campus Conceição do Araguaia. Estuda filosofia da educação e modernidade, bem como filosofia da história, em especial, temas ligados à filosofia kantiana

Arthur Morais Palitot Fernandes, Instituto Federal do Pará

Aluno do ensino médio integrado em informática. Bolsista PROPPG/IFPA.

References

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Published

2025-04-20

How to Cite

MARTINS DA SILVA FILHO, Tomaz; MORAIS PALITOT FERNANDES, Arthur. Sobre o flagrante conflito entre o fanatismo e as máximas práticas e pragmáticas da razão. Pós-Graduação em Filosofia, [S. l.], v. 4, n. 1, p. 99–118, 2025. Disponível em: https://periodicos.ufabc.edu.br/index.php/instauratiomagna/article/view/1084. Acesso em: 22 apr. 2025.

Issue

Section

Especial