Quando só a violência pode acabar com a violência:
Fanon, Sartre e a luta anticolonial.
DOI:
https://doi.org/10.36942/rfim.v3i1.835Palavras-chave:
Violência, anticolonialismo, Fanon, Sartre, RevoluçãoResumo
Tendo como perspectiva Os condenados da terra de Frantz Fanon, e o importante prefácio desta obra escrito por Jean-Paul Sartre, o presente artigo pretende examinar os posicionamentos de ambos os pensadores sobre as lutas descoloniais, tendo como referência a experiência de Fanon na Argélia e o seu engajamento na Frente de Libertação Nacional. Diante da extrema violência francesa neste território da África setentrional, denunciada nas diversas obras e artigos políticos escritos por Fanon, a violência da resistência argelina se apresenta como alternativa na luta dos povos explorados, numa guerra desigual e injusta na qual torna-se, na visão dos autores, impossível a neutralidade. Dessa forma, o presente artigo tem como escopo produzir uma análise da violência dentro do debate ético-político das lutas anticoloniais a partir da interpretação dos pensadores citados, tendo como contraponto a crítica de Hannah Arendt à posição dos autores, para a compreensão do projeto fanoniano de defesa da causa argelina, demonstrando à luz da história e de seu projeto filosófico, quando a violência se torna a única ferramenta para combater outra violência maior.
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Referências
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