Comoditização do hidrogênio verde e seus reflexos no sul global

Autores

  • Denis Specht

DOI:

https://doi.org/10.36942/dialogossocioambientais.v8i22.1234

Palavras-chave:

hidrogênio verde, comoditização, colonialismo, injustiça socioambiental, transição energetica

Resumo

O estímulo à indústria do hidrogênio verde no Brasil e seu processo de comoditização gera riscos de reprodução de lógicas coloniais, aprofundamento de desigualdades sociais e impactos ambientais. Neste trabalho, esses riscos são apresentados a partir de três abordagens teóricas: geopolítica, que examina como estratégias internacionais de descarbonização podem reforçar relações de dependência entre Norte e Sul global; a de riscos sociológicos, que mapeia sistematicamente impactos ambientais e sociais da cadeia do H2V; e a da justiça energética, que avalia projetos para produção de H2V com base em critérios de justiça distributiva, procedimental e de reconhecimento. A partir destas perspectivas, o artigo examina a legislação brasileira e as ações previstas para impulsionamento da indústria de H2V, evidenciando a falta de mecanismos de proteção socioambiental e inclusão da população local.

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Publicado

2025-09-01

Como Citar

SPECHT, Denis. Comoditização do hidrogênio verde e seus reflexos no sul global. Diálogos Socioambientais, [S. l.], v. 8, n. 22, p. 42–45, 2025. DOI: 10.36942/dialogossocioambientais.v8i22.1234. Disponível em: https://periodicos.ufabc.edu.br/index.php/dialogossocioambientais/article/view/1234. Acesso em: 4 set. 2025.

Edição

Seção

Jovem Pesquisador