Comoditização do hidrogênio verde e seus reflexos no sul global
DOI:
https://doi.org/10.36942/dialogossocioambientais.v8i22.1234Palavras-chave:
hidrogênio verde, comoditização, colonialismo, injustiça socioambiental, transição energeticaResumo
O estímulo à indústria do hidrogênio verde no Brasil e seu processo de comoditização gera riscos de reprodução de lógicas coloniais, aprofundamento de desigualdades sociais e impactos ambientais. Neste trabalho, esses riscos são apresentados a partir de três abordagens teóricas: geopolítica, que examina como estratégias internacionais de descarbonização podem reforçar relações de dependência entre Norte e Sul global; a de riscos sociológicos, que mapeia sistematicamente impactos ambientais e sociais da cadeia do H2V; e a da justiça energética, que avalia projetos para produção de H2V com base em critérios de justiça distributiva, procedimental e de reconhecimento. A partir destas perspectivas, o artigo examina a legislação brasileira e as ações previstas para impulsionamento da indústria de H2V, evidenciando a falta de mecanismos de proteção socioambiental e inclusão da população local.
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Referências
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