Performatividade e real
os limites da subversão em Judith Butler
DOI:
https://doi.org/10.36942/rfim.v1i3.546Keywords:
Subversão, Performatividade, Real, Teoria de gênero, PsicanáliseAbstract
Este artigo tem como objetivo avaliar a potência subversiva da teoria da performatividade de Judith Butler a partir de um debate com a psicanálise lacaniana, mais especificamente com as consequências do real, o que será exemplificado com a noção de ato. Para isso, em um primeiro momento, será reconstruída a ambiguidade em torno da sujeição na teoria de Butler, enquanto determinação e alienação absoluta do sujeito na linguagem; em um segundo, passa-se às consequências e possibilidades disso para a performatividade tal que, por fim, se indica como o real, enquanto uma curvatura do espaço simbólico, limita suas ressignificações e deslocamentos, denunciando que não é só um horizonte de representação e inteligibilidade que falha ou exclui, mas que toda possibilidade imanente ao simbólico estará jogando o mesmo jogo.
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