MIME-Version: 1.0 Content-Type: multipart/related; boundary="----=_NextPart_01DC4051.B3D6F510" Este documento é uma Página da Web de Arquivo Único, também conhecido como Arquivo Web. Se você estiver lendo essa mensagem, o seu navegador ou editor não oferece suporte ao Arquivo Web. Baixe um navegador que ofereça suporte ao Arquivo Web. ------=_NextPart_01DC4051.B3D6F510 Content-Location: file:///C:/328AD88C/PNLD_da+gratuidade+restrita+a+acessibilidade+universal.htm Content-Transfer-Encoding: quoted-printable Content-Type: text/html; charset="us-ascii"
POLÍTICA NACIONAL DO LIVRO DIDÁTICO NO BRASIL:
da gratu=
idade
restrita à acessibilidade universal
NATIONAL TEXTBOOK POLICY IN BRAZIL<=
span
lang=3DEN style=3D'color:black;mso-themecolor:text1;mso-bidi-font-weight:bo=
ld'>:
from restricted free access to universal
accessibility
POLÍTICA NACIONAL=
DE
LIBROS DE TEXTO EN BRASIL:
Del libre acceso restringido a la <=
span
class=3DSpellE>accesibilidad universal
Valci Melo[1]<=
![endif]>
Resumo: =
O estudo analisa o percurso histórico da
política nacional do livro didático no Brasil a partir dos
conceitos de acessibilidade, desenho universal para a aprendizagem e
inclusão escolar. Para tal, faz-se uma revisão bibliogr&aacut=
e;fica
e investigação documental à luz do materialismo
histórico-dialético, destacando-se as conquistas,
contradições e desafios dessa importante política
pública educacional. Ao longo do estudo, demonstra-se que, em
seus quase 90 anos, a política voltada aos livros escolares passou p=
or vários
formatos e governos, os quais, apesar de procurarem imprimir cada um a sua
marca, jamais ousaram comprometer o caráter de política
pública de Estado que ela vem assumindo desde que foi criada. Por fi=
m,
conclui-se que, apesar de suas imperfeições, a política
pública nacional do livro didático no Brasil registra
avanços tanto nos aspectos quantitativos como qualitativos, saindo de
uma política cuja gratuidade inicialmente era restrita a estudantes
carentes para um Programa com pretensões de acessibilidade universal=
.
Palavras-chave: Livro didático;
Acessibilidade; Desenho Universal; Educação Especial;
Inclusão escolar.
Abstract: The study analyzes the historical path of=
the
national textbook policy in Brazil based on the concepts of accessibility,
universal design for learning and school inclusion. To this end, a
bibliographical review and documentary research are carried out in light of historical-dialectical materialism, highli=
ghting
the achievements, contradictions and challenges of this important public
educational policy. Throughout the study, it is demonstrated that, in its
almost 90 years, the policy aimed at school books has
gone through various formats and governments, which, despite each seeking to
leave their mark, have never dared to compromise the character of public St=
ate
policy that it has assumed since it was created. Finally, it is concluded tha=
t,
despite its imperfections, the national public policy for textbooks in Braz=
il
has made progress in both quantitative and qualitative aspects, moving from=
a
policy in which free textbooks were initially restricted to needy students =
to a
Program with claims of universal accessibility.
Keywords=
: Textbook; Accessibility; Universal Design; Special Education; School
inclusion.
Resumen:
El =
estudio
analiza la trayectoria histórica de =
la
política nacional de libros de texto existencia, la polí=
;tica
orientada al libro escolar ha
pasado por diversos formatos y gobiernos,
que, a pesar de buscar cada uno dejar
su huella, nunca se=
han atrevido a comprometer el
carácter de política pública de Estado que ha as=
umido
desde su creación=
span>.
Finalmente, se concluye que, a
pesar de sus imperfecciones, la política pública nacional de libros de texto en Brasil=
ha av=
anzado
tanto en los aspect=
os cuantitativos como cualitativos<=
/span>, pasando de una política e=
n
la que los libros de texto gratuitos estaba=
n
inicialmente restringidos a los estudiantes
carentes a un Programa con=
pretensiones de accesibilidad
universal.
Palabras clave: Libro de texto; Accesibili=
dad;
Diseño Universal; E=
ducación
Especial; Inclusión escolar
Introdução
&=
nbsp; Desde
a segunda metade do século XX que o livro didático vem sendo objeto de estudos sistemáti=
cos
por parte dos pesquisadores brasileiros ligados às mais diversas
disciplinas acadêmicas (Freitag; Motta; C=
osta,
1987; Munakata, 2012a).
&=
nbsp; Nesse
percurso, têm-se observado uma ampliação do interesse de
pesquisa para além do caráter ideológico desse instrum=
ento
de disseminação escolar do saber teórico-cientí=
fico
e artístico-cultural (Bittencourt, 2004; Cassiano, 2007; Rocha; Somaza, 2012).
&=
nbsp; Como
recurso pedagógico, o livro
didático é não apenas muito presente no cotidiano das
escolas como, às vezes, é a principal fonte de conhecimento
sistematizado com a qual muitos estudantes têm contato em sua
trajetória escolar. Por isso, é fundamental que os manuais
escolares sejam materiais de altíssima qualidade científica e
pedagógica, garantindo acessibilidade comunicacional e
didático-curricular aos estudantes em sua diversidade geracional,
geográfica, cultural, étnico-racial, física, sensorial,
intelectual, comportamental, etc.
&=
nbsp; Para
fazer frente a essa responsabilidade normativa e social de oferecer recursos
pedagógicos acessíveis[2]<=
![endif]>
(Brasil, 1996, art. 59, I; 2015, art. 68), a política nacional do li=
vro
didático, desde o início dos anos 2000, vem ampliando tanto o=
seu
público como também as estratégias de abordagem de seu
conteúdo.
&=
nbsp; Neste
trabalho, ocupamo-nos de traçar considerações
históricas acerca da referida política, desde sua
constituição, em 1938, até o ano de 2024, destacando s=
eus
avanços, contradições e desafios na direção da acessibilidade, aqui entendida, na esteir=
a da
Lei Brasileira de Inclusão (LBI),&n=
bsp;
como: “possibilid=
ade
e condição de alcance para utilização, com
segurança e autonomia,” de espaços, serviços e
recursos por pessoas em sua diversidade geracional, geográfica,
étnico-racial, física, sensorial, intelectual, comportamental,
etc. (Brasil, 2015, art. 3º, inciso I).
&=
nbsp; Para
a realização da pesquisa, utilizamos como procedimentos
metodológicos: 1) levantamento documental de normativas do Estado
brasileiro relacionadas ao livro didático: leis, decretos,
resoluções e portarias; 2) revisão narrativa de literatura, compreendendo: livros, artigos,
dissertações e teses de doutorado.
&=
nbsp; O
procedimento documental iniciou tomando como referência a cronologia =
da
política do livro didático no Brasil disponibilizada no site =
do
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)[3]<=
![endif]>.
A partir da indicação cronológica desse documento onli=
ne,
identificamos e consultamos, também de forma virtual, cada uma das
normativas relacionadas ao objeto de investigação para conhec=
er o
seu inteiro teor. Para isso, colocamos o título de cada normativa no
buscador Google, através do qual acessamos documentos
disponíveis no portal de legislação do Planalto, da
Câmara dos Deputados, do Ministério da Educação
(MEC) e do FNDE.
&=
nbsp; Em
paralelo com esse procedimento, fizemos um levantamento bibliográfico
online, no portal Catálogo de teses e dissertações<=
/i>,
da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (Capes), usando como descritor a expressão
“política nacional do livro didático no Brasil”.
Não estabelecemos filtro temporal no descritor, pois interessava-nos
trabalhos que abordassem a referida temática em perspectiva
histórica. A partir de uma leitura inicial do título, resumo e
sumário de cada trabalho, selecionamos para leitura integral as
dissertações e teses que tratavam dos aspectos históri=
cos
do livro didático no Brasil.
&=
nbsp; Através
da leitura das dissertações e teses pudemos aperfeiçoar
tanto o levantamento documental, com base na descoberta de normativas ausen=
tes
na cronologia feita pelo FNDE, como também a pesquisa
bibliográfica, mediante consulta às referências citadas
pelos autores. Neste último caso, complementamos a revisão de
literatura com livros e artigos, físicos e digitais, relacionados ao
tema em discussão.
&=
nbsp; Outro
caminho utilizado para fazer a revisão de literatura foi a busca,
através do Google acadêmico, por artigos científ=
icos
que contemplassem os descritores: “livro didático”,
“acessibilidade”, “desenho universal”.
&=
nbsp; Todo
esse percurso metodológico se deu à luz do materialismo
histórico-dialético, compreendendo-o como um referencial
teórico que caracteriza-se por tomar a
“[...] a realidad=
e como essencialmente contraditória e =
em
permanente transfor=
mação” (Konder, 2008, p.8, grifos nossos). Isto
é, partimos da política pública do livro didáti=
co
como uma realidade objetiva e subjetiva que se materializa em normas,
programas, documentos e ações a partir dos quais o Estado,
mediado pela permanente (histórica) luta de classes, intervém=
na
vida social, oferecendo, contraditoriamente à sua funçã=
;o
liberal, bens e/ou serviços à população como
direito social.
=
Da
Comissão Nacional do Livro Didático (CNLD) ao Programa Nacion=
al
do Livro e do Material Didático (PNLD)
=
O
livro didático é um recurso educacional que está prese=
nte
no arcabouço normativo brasileiro, direta ou indiretamente, desde a
transferência da Família Real portuguesa para o Rio de Janeiro=
, em
1808, conforme apontou a pesquisa A
legislação sobre livros didáticos no Brasil
(1808-1889), desenvolvida por Luna Abramo Bocchi, sob a
coordenação de Kazumi Munakata (B=
occhi,
2005 apud Munakata, 2012a).
= De acordo com a referida pesquisa, que tomou como fonte a Coleç&atil= de;o das Leis do Império do Brasil, durante o período supracit= ado, vários dispositivos normativos fizeram menção ao livro didático, seja indicando os títulos a serem adotados no ensin= o, seja regulamentando as condições de produção, circulação e consumo do objeto cultural em discussão.<= o:p>
= Esse movimento não foi exclusivo para a escolarização de estudantes do ensino comum, tendo em vista que, conforme aponta Leão (2023), criado em 1854, apenas três anos depois o Imperial Institu= to de Meninos Cegos, hoje Instituto Benjamin Constant (IBC), j&aacu= te; passou a contar com uma tipografia voltada à adaptação e/ou produção de livros em Braille para auxiliar no processo = de ensino e aprendizagem dos educandos da referida instituição.<= o:p>
=
No
entanto, ressalvada sua presença no cenário normativo e
educacional brasileiro desde o século XIX, somente a partir da
década de 1930 é que, de fato, o livro didático ganhou uma
legislação específica de dimensão nacional. Isso
aconteceu no bojo das importantes reformas educacionais levadas a cabo, a
partir do governo Getúlio Vargas, tendo em vista que, no iníc=
io
da referida década, a educação brasileira era
merecidamente acusada pelos signatários de O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova de 1932=
de viver um “estado de inorganizaçã=
;o”
(O Manifesto, 2006).
Assim, no que se refere diretamente ao livro didático, ainda =
na
década de 1930, é publicado o Decreto-=
Lei n.
1.006, de 30 de dezembro de 1938, o qual “estabelece as condições de produção,
importação e utilização do livro
didático” (Brasil, 1938).
No final do ano anterior, tinha sido publicado o Decreto=
-Lei
n. 93, de 21 de dezembro de 1937, mediante o qual se criou o Instituto Naci=
onal
do Livro (INL)[4]. Embora o FNDE[5] inclua esse decreto como o primeiro marco temp=
oral
do que atualmente é o Programa Nacional do Livro e do Material
Didático (PNLD), entendemos que ele não tem o mesmo significa=
do
histórico do Decreto 1.006/38 para a política nacional do liv=
ro
didático no Brasil.
Dizemos =
isso
por dois motivos. Primeiro, porque o Decreto-lei n. 93/37 não trata
especificamente do livro didático. Esse recurso educacional fica
subentendido na referida normativa quando esta, ao criar o INL, estabelece =
como
competências desse órgão: 1) a organizaçã=
o e
publicação da Enciclopédia Brasileira e do
Dicionário da Língua Nacional; 2) a edição de o=
bras
raras e preciosas; 3) o aumento, a melhoria e o barateamento da
edição de livros no país e a facilitação=
de
obras importadas; 4) o incentivo à organização e
auxílio na manutenção de bibliotecas públicas
(Brasil, 1937, art. 2º). No entanto, conforme já aludimos
anteriormente, referências esparsas ao objeto em análise, como=
faz
a supracitada lei, já vinham sendo registradas nas normativas desde o
final da Colônia, não havendo, assim, razão para soment=
e o
Decreto-lei n. 93/37 ser considerado o embrião do que atualmente
é o PNLD.
O segundo
motivo diz respeito ao fato de que, diferentemente do que faz a normativa
anteriormente referida, o Decreto-lei n. 1.006/38 não somente cria a
Comissão Nacional do Livro Didático (CNLD)[6],
como também normatiza a elaboração, a
utilização e o processo de autorização e
desautorização de obras didáticas. Neste sentido, trat=
a-se
de uma normativa que, efetivamente, toma o manual escolar como objeto,
definindo-o e traçando regras gerais para a sua produçã=
;o,
comercialização e utilização, a exemplo do
critério de negativa de autorização de uso ao livro di=
dático
“[...] que não contenha a declaração do pre&cced=
il;o
de venda, o qual não poderá ser excessivo em face do seu
custo” (Brasil, 1938, art. 21, alínea e). Embora o artigo 8&or=
dm;
desse decreto previsse a distribuição gratuita, via caixa
escolar, de livros didáticos para “crianças
necessitadas”, o foco da política nesse momento não era=
a
compra e distribuição de manuais escolares, e sim, a
autorização das obras que poderiam ser adquiridas pelos
familiares para uso de seus filhos no ambiente escolar.
Apesar de
sobreviver formalmente até 1969, a CNLD foi protagonista da
política nacional do livro didático apenas nos anos 1940, ten=
do
em vista que, durante os anos de 1950 até meados da década de
1960, a tônica foi dada pela Campanha do Livro Didático e Manu=
ais
de Ensino (Caldeme) e pela Campanha Nacional do
Material de Ensino (CNME). A partir da Ditadura Militar, a política =
do
livro se deu no âmbito dos acordos entre o Governo Federal e o mercado
editorial de livros didáticos no Brasil, sinalizando para aquilo que
seria uma constante a partir de então: a produção de
livros didáticos como uma mercadoria bastante lucrativa para o
empresariado (Cassiano, 2007).
Sobre a =
Caldeme, observa Filgueiras (2011) que ela surgiu em =
1952,
junto ao Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (Inep[7]),
na gestão de Anísio Teixeira. Tinha como objetivo a
avaliação da qualidade dos manuais didáticos em
circulação, a análise dos programas de ensino destinad=
os
ao nível secundário e a produção de guias
didáticos para o professorado. Isto é, na prática, a C=
NLD
continuava a fazer o processo de
autorização/desautorização das obras
didáticas, com foco na adequação entre as mesmas e os
programas oficiais de ensino, ao passo que a Caldeme=
span>
realizava a avaliação técnica e
científico-pedagógica dos manuais didáticos e programas
destinados ao ensino secundário e produzia obras de
orientação aos docentes. No entanto, conforme Filgueiras (201=
1,
p. 140):
Apesar do vínculo da Caldeme com o
Estado por meio do Inep e do CBPE[8], seus estudos criticavam as políticas do próprio Esta=
do,
ao questionar os programas oficiais, os exames e provas, a
fiscalização federal e a avaliação dos livros
didáticos pela CNLD.
Al&eacut=
e;m
disso, é importante destacar que, diferentemente da
avaliação feita pela CNLD, a análise realizada pela Caldeme não tinha a função de
autorizar ou desautorizar uma obra didática, e sim, o papel de apont=
ar
elementos voltados à melhoria da qualidade
científico-pedagógica da mesma.
Já=
; a
Campanha Nacional do Material de Ensino (CNME), criada pelo De=
creto
n. 38.556, de 12 de janeiro de 1956, destinava-se a produzir e
distribuir, gratuitamente para os estudantes carentes – e a pre&ccedi=
l;o
de custo para os demais - material didático e paradidático co=
mo
dicionários, atlas, livros, etc. Essa
iniciativa se somava aos incentivos fiscais concedidos pelo governo ao merc=
ado
editorial brasileiro com o intuito de baratear o preço das obras
didáticas e estimular a industrialização do paí=
s.
Como observa Filgueiras (2013, p. 318):
[...] a política para o livro didático implantada no
governo de Juscelino Kubitschek integrava assim dois objetivos – com a
CNME pretendia diminuir as carências dos estudantes, mas mantinha a
ênfase na industrialização, com incentivo ao parque
gráfico nacional.
Durante a
Ditadura Militar (1964 a 1985), vários órgãos estiveram
à frente da política nacional do livro didático. De 19=
66 a
1971, duas instituições dividiram a tarefa de gestão da
política pública voltada ao manual escolar. A primeira delas =
foi
a Comissão do Livro Técnico e do Livro Didático (Colted). Esse órgão tinha como objetivo
aumentar a produtividade do mercado editorial brasileiro e, consequentement=
e,
baratear o preço do livro técnico e do didático
(Filgueiras, 2011). Ele foi criado em 1966, a partir de um acordo trianual =
de
cooperação entre o MEC[9=
], o
Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e a Agência
Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (Usaid). Por meio desse
acordo, o MEC entraria com o investimento financeiro e o SNEL e a Usaid com
assessoria e assistência técnica ao Ministério e as
editoras na publicação de 51 milhões de exemplares de
livros a serem distribuídos gratuitamente para as escolas.
O segundo
órgão ao qual nos referimos foi a Fundação
Nacional do Material Escolar (Fename=
),
criado em 1967, para substituir a CNME. Diferentemente da Colted,
que tinha função gestora junto ao mercado editorial na
política do livro técnico e do livro didático, a Fename caracterizava-se como uma editora do Estado, na
medida em que se dedicava à produção direta e à
venda de recursos didáticos para as instituições escol=
ares
a preço de custo (Filgueiras, 2011).
Em 1971,
após denúncias de corrupção na Colted,
o órgão foi extinto, passando para o INL a responsabilidade p=
ela
política de produção, edição e
distribuição de livros técnicos e de livros
didáticos do MEC. O protagonismo do Instituto nesse período f=
oi
enorme, tendo em vista que, além de assumir as funções=
da Colted, ele liderou, entre 1971 e 1976, a polí=
tica
de coedição de obras didáticas em parceria com o merca=
do
editorial brasileiro. Por meio dessa política, o Estado brasileiro
financiava a produção editorial de livros didáticos
previamente submetidos à sua avaliação pelas editoras.=
As
obras aprovadas deveriam ser comercializadas pelas editoras a preço =
de
custo e, no mínimo, um quinto da publicação, que
não deveria ser inferior a cinco mil exemplares, era comprada pelo
Governo Federal, em parceria com os governos estaduais. Assim, conforme obs=
erva
Höfling (2000, p. 163): “com o sistema de coedição, de censor oficial dos livros
didáticos usados nas escolas brasileiras, o Estado foi assumindo
também o papel de financiador desses livros”.
A primei=
ra
experiência de coedição entre o setor público e a
esfera privada com o intuito de baratear o preço do livro no Brasil =
teve
início, conforme Vahl (2014), em 1967, q=
uando
o INL passou a publicar obras literárias nesse sistema. No entanto,
segundo Filgueiras, apesar de se prolongar até o ano de 1984, o sist=
ema
de coedição foi um bom negócio apenas para as editoras=
. Ou
seja, de acordo com a autora, o mercado editorial lucrava duas vezes, na me=
dida
em que tinha suas obras didáticas financiadas pelo Estado brasileiro,
mas descumpria o acordo de barateamento, vendendo os livros por valores
superiores ao preço de custo.
Talvez se
possa buscar aí a origem da confusão acerca do lugar do INL na
política nacional do livro didático, tendo em vista a
centralidade que o Instituto ocupou nesse período. Contudo,
diferentemente de como é apontado com frequência, a
participação direta do INL na política nacional do liv=
ro
didático começou bem depois da década de 1930. Primeir=
o,
através do Decreto-lei n. 8.460, de 26 de dezembro de 1945, o referi=
do
órgão governamental passou a ser responsável pela
publicação oficial de manuais escolares. Além dessa
mudança, o referido decreto apresenta duas alterações =
com
relação ao texto do Decreto-lei de 1938, a saber: 1) garante a
livre circulação de livros, exceto daqueles escritos em
língua estrangeira e destinados ao ensino primário; e =
2) restringe ao professor a esco=
lha
do livro didático (antes o diretor fazia isso para o ensino
pré-primário e o primário). Também aparece no t=
exto
de 1945 a mudança na quantidade de membros da comissão, um re=
cuo
na proibição destes submeterem livros didáticos de sua
autoria ao processo de autorização estatal e um detalhamento das
funções da Comissão do Livro. Entre as
funções da referida Comissão, constava a
organização por subcomissões e a indicaçã=
;o
de um presidente. Contudo, as duas primeiras alterações j&aac=
ute;
tinham sido introduzidas, respectivamente, pelos decretos-lei n. 1.177 e 1.=
417,
ambos de 1939, e esta última, em 1940, através da Portaria
Ministerial n. 253.
Já=
; em
1966, o Instituto ocupa uma cadeira no órgão máximo de
deliberação (o Colegiado) da Colted
(Filgueiras, 2011), assumindo a liderança da política do livro
didático, como vimos, apenas no início da década de 19=
70.
Nesse
período, conforme observa Vahl (2014, p.=
67):
[...] no que diz
respeito ao livro didático foram lançados pelo INL, inicialme=
nte, três
subprogramas: o Programa do Livro Didático – Ensino Fundamental
(PLIDEF), o Programa do Livro Didático – Ensino Médio
(PLIDEM) e o Programa do Livro Didático – Ensino Superior
(PLIDES). Posteriormente, foram acrescentados o Programa do Livro
Didático – Ensino Supletivo (PLIDESU) e o Programa do Livro
Didático – Ensino de Computação (PLIDECOM).
Contudo,=
de
acordo com a referida autora, foi o Programa do Livro Didático - Ensino Fundamental (PLIDEF) aque=
le
que recebeu, de fato, a atenção do Estado brasileiro, seja no
tocante à quantidade de obras editadas, seja no que tange ao
investimento público aplicado ou, ainda, no que se refere ao tempo de
funcionamento da referida política. Isto é, criado em 1971, o
PLIDEF sobreviveu até o ano de 1985, quando foi substituído p=
elo
Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), mediante o Decreto n.
91.542, de 19 de agosto do referido ano.
A
política pública do livro didático permaneceu a mesma
durante toda a década de 1970 até meados dos anos 1980, mas t=
eve
mudanças nas instituições responsáveis pela sua
execução. O INL cuidou do assunto até 1976, quando foi
substituído pela Fename, que ficou na
liderança até o ano de 1983. De lá até 1985, qu=
ando
foi criado o PNLD, a política do livro didático ficou sob a
responsabilidade da Fundação de Assistência ao Estudante
(FAE). Essa instituição permaneceu à frente do PNLD
até o ano de 1997, quando foi extinta e o Programa passou a ser, des=
de
então, responsabilidade direta do FNDE.
Voltando
à criação do PNLD, que se deu no contexto de
transição política da Ditadura Militar para a denomina=
da
Nova República, é importante observar que o Programa retoma
algumas práticas interrompidas durante a Ditadura, como a liberdade
docente na escolha do livro didático e a reutilização =
das
obras por mais de um ano letivo. Mas ele também inova ao estender a
gratuidade da distribuição a todos os estudantes do ent&atild=
e;o
Ensino de Primeiro Grau (atual Ensino Fundamental).
Cassiano
(2007) divide o PNLD em duas fases, de acordo com o efetivo alcance das met=
as
inicialmente estipuladas pelo Programa. A primeira vai de 1985 a 1995 e, o
segundo momento, a partir de 1995. De acordo com a autora (2007, p. 27):
[...] exceção feita ao que foi prescrito para os livros
descartáveis, em que os dispositivos legais foram efetivamente
cumpridos, na medida em que o governo parou de comprar tais livros, com os
outros dois pontos prescritos, não se deu o mesmo, na primeira fase
desse programa.
De acord=
o com
a autora, mesmo prevendo desde o início a universalizaç&atild=
e;o
do atendimento para o Ensino de Primeiro Grau, somente a partir de 1993 foi=
que
o PNLD começou a ter garantidas as condições efetivas =
para
o alcance gradativo dessa meta. Isso se deu porque, naquele ano, o governo
brasileiro passou a assegurar dotação orçamentá=
ria
própria para o Programa, por meio do
salário-educação. É importante destacar que essa
mudança já se deu no contexto dos debates acerca da necessida=
de
de uma educação inclusiva, tendo como eventos representativos=
a
Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizad=
a em
Jomtien, na Tailândia, em 1990, e a
Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais, realiz=
ada
em Salamanca, na Espanha, em 1994. O Brasil é signatário das =
duas
declarações oriundas dos referidos eventos.
Já=
; no
que se refere à liberdade do professorado na escolha do livro
didático, esta é uma questão polêmica. Apesar de
formalmente garantida e gradativamente aperfeiçoada, conforme observa
Cassiano (2007), a escolha docente se dá em condições =
nem
sempre favoráveis. Primeiro, devido à frequente rotatividade
escolar dos professores. Segundo, por causa de falcatruas como: 1) envio
às escolas de obras não escolhidas pelos docentes; 2) lobb=
y
ilegal das editoras no processo de escolha ou, ainda; 3) devido aos condici=
onamentos
da pré-escolha realizada pelo MEC,
através da avaliação pedagógica das obras e
apresentação dos livros recomendados, mediante o Guia de Livr=
os
Didáticos, como acontece, com diversas reformulações,
desde 1996.
Esse novo
momento, iniciado a partir de 1995, é chamado por Cassiano (2007, p.=
45)
de segunda fase do PNLD, devido à superação de gargalos
que comprometeram não apenas a efetiva operacionalizaçã=
;o
do referido Programa em sua primeira década de funcionamento, como
já apareciam como pontos de estrangulamentos da política
pública do livro didático nos anos anteriores.
Entre as
dificuldades destacadas pela autora estaria a extensão da gratuidade,
tendo em vista que, desde o Decreto-lei n. 1.006/38, a
distribuição pelo governo se restringia às crian&ccedi=
l;as
carentes (Brasil, 1938, art. 8º). Aos demais estudantes o Estado
brasileiro procurou atender, principalmente, através das
políticas de barateamento dos custos do livro didático, como
vimos em iniciativas como a Fename, a Colted e o processo de financiamento do mercado edito=
rial,
mediante a coedição de livros em parceria com as unidades da
federação. Nesse cenário, não é
possível falar em acessibilidade, seja por conta da
restrição socioeconômica, seja devido à
exclusão dos estudantes com deficiência ou necessidades
educacionais específicas.
Com o PN=
LD,
pela primeira vez na história da política do livro
didático no Brasil, a gratuidade é assumida como meta para to=
do o
Ensino de Primeiro Grau oferecido nas escolas públicas. Embora as
dificuldades de financiamento tenham comprometido o alcance dessa finalidad=
e na
primeira fase do Programa, a partir de 1995 essa política púb=
lica
só se expandiu, tendo em vista que, ainda no final da última
década do século XX, em 1997, o governo brasileiro criou outro
programa que, junto com o PNLD, passou a constituir a política
pública do livro no Brasil. Trata-se do Programa Nacional Biblioteca=
da
Escola (PNBE), instituído pela Portaria
n° 584, de 28 de abril de 1997. Por meio dele o Estado
brasileiro passou a garantir a distribuição gratuita de obras
literárias, pedagógicas e científicas e de recursos
didáticos diversos, como enciclopédias, atlas, globos terrest=
res,
dicionários, etc. Um dos diferenciais des=
se
programa com relação a políticas anteriores de
distribuição de obras para bibliotecas escolares é que=
, entre
2001 e 2004, além do fornecimento de acervo para as escolas, ele
garantiu a distribuição individual gratuita de obras
literárias para os estudantes do Ensino Fundamental.
A
expansão do PNLD aconteceu, inicialmente, com a
universalização do atendimento de todo o Ensino Fundamental, =
seja
no que se refere aos componentes curriculares contemplados[10]=
span>,
seja no tocante aos estudantes atendidos, na medida em que o critério
para recebimento individual das obras passou a ser o cadastro do educando no
Censo Escolar, e não, a sua situação socioeconôm=
ica.
Assim, a
partir da segunda metade da década de 1990, a política
educacional brasileira foi influenciada fortemente pelo ideal internacional=
de
uma educação inclusiva, entendida como inserção=
de
sujeitos e grupos sociais historicamente excluídos ou marginalizados=
no
processo de escolarização, na sala de aula comum, a exemplo d=
as
pessoas com deficiência (Piccolo, 2023). Nesse contexto, PNLD n&atild=
e;o
só diversificou o acervo de obras gratuitamente distribuídas,
como estendeu, gradativamente, o atendimento a toda a Educação
Básica, buscando considerar a diversidade e as especificidades dos
estudantes que a compõe.
Ainda em=
2001,
o PNLD passou a ofertar, de forma experimental, livros em Braille para
estudantes do Ensino Fundamental com deficiência visual (cegueira). Em
2003 foi criado o Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino
Médio (PNLEM[1=
1]),
atendendo uma parcela de estudantes até então excluída=
do
PNLD. Em 2004, o Programa atendeu uma demanda específica dos estudan=
tes
surdos, disponibilizando gratuitamente o Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue:
Libras/Português/Inglês. Em 2007, o PNLD universalizou a
distribuição de livros didáticos em Braille e criou =
span>o
Programa Nacional do Livro Didático para a Alfabetizaçã=
;o
de Jovens e Adultos (PNLA), incorporado, em 2009, ao Programa Nacional do L=
ivro
Didático para Educação de Jovens e Adultos (PNLD EJA=
span>[12]=
span>).
Ainda em 2009 foi lançado pelo MEC, em parceria com a Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o software MecDayse, voltado à criação e disponibilizaç&atil=
de;o
de livros em áudio para os estudantes com deficiência visual. =
Em
2013 foi implantado o Programa Nacional do Livro Didático do Campo (=
PNLD
Campo[13]=
span>) e
o Programa Nacional do Livro Didático para Alfabetizaçã=
;o
na Idade Certa (PNLD PNAIC). Em 2017, mediante o Decreto n. 9.099, de 18 de
julho daquele ano, o governo brasileiro unificou o PNLD e o PNBE, criando o
Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) e se
comprometeu em atender também a Educação Infantil (Bra=
sil,
2017, art. 6º, inciso I), o que passou a ser cumprido a partir do PNLD
2022, com livros didáticos para os professores e estudantes da
pré-escola e obras literárias para todos os estudantes dessa
etapa educacional. No caso da distribuição de livros
didáticos para a Educação Infantil, o MEC publicou uma
nota no início de 2025, anunciando a descontinuada da polític=
a,
com o seguinte argumento:
O livro didático, sendo direcionado a uma criança em
abstrato, exclui a diversidade brasileira, as formas de vida e interesses d=
as
crianças. Eles portam uma visão estreita de
educação que, ao invés de abrir o mundo às
crianças, acaba por limitá-lo ao que tais obras circunscrevem=
. O
centro da proposta passa a ser o conteúdo do livro e não as
crianças. Conteúdos que chegam de forma descontextualizada e =
que
fazem pouco sentido. Pensar o desenvolvimento integral das crianças =
de 0
a 5 anos e 11 meses, significa ampliar experiências (Brasil, 2025,
online).
Não entraremos aqui no mérito dessa discussão,
tendo em vista que isso exigiria a construção de outro texto e
fugiria aos propósitos do presente artigo. No entanto, mencionamos o
acontecimento por dois motivos: 1) ele atualiza o objeto sobre o qual estam=
os
tratando, mostrando a dinamicidade dessa política pública
atravessada por disputas mercantis e ideopolíti=
cas;
2) dada a unificação entre PNLD e PNBE, em 2017, os estudante=
s da
Educação Infantil continuarão sendo atendidos pela
política brasileira de distribuição gratuita de livros
escolares, tendo em vista que a oferta de obras literárias continua
mantida.
=
Da
acessibilidade setorial à meta de desenho universal nos livros
didáticos
Em 6 de julho de 2015, após tramitação no Congr=
esso
Nacional desde o ano 2000, foi aprovada a Lei 13.146, conhecida como Lei
Brasileira de Inclusão (LBI) ou Estatuto da Pessoa com
Deficiência. Entre as várias medidas previstas na Lei para a
construção de um sistema educacional inclusivo, pode-se desta=
car
a exigência de que
O poder público deve adotar mecani=
smos
de incentivo à produção, à edição,
à difusão, à distribuição e à
comercialização de livros em formatos acessíveis,
inclusive em publicações da administração
pública ou financiadas com recursos públicos, com vistas a
garantir à pessoa com deficiência o direito de acesso à
leitura, à informação e à
comunicação.
§ 1º Nos editais de compras de
livros, inclusive para o abastecimento ou a atualização de
acervos de bibliotecas em todos os níveis e modalidades de
educação e de bibliotecas públicas, o poder púb=
lico
deverá adotar cláusulas de impedimento à
participação de editoras que não ofertem sua
produção também em formatos acessíveis (Brasil,
2015, art. 68, § 1º).
Assim, na busca de atender a legislação mencionada, a
partir de 2018, instituiu-se o PNLD Acessível, contemplando, al&eacu=
te;m
da impressão de obras em Braille-tinta[14]=
span>, para estudantes com baixa visão e
cegueira, a disponibilização das obras no formato Electronic Publication=
(EPUB3). Conforme destaca o FNDE, mediante o Informe n. 13/2022:
[.=
..]
Assim, ao adotar o formato EPUB3 para as mesmas ob=
ras
impressas, o PNLD busca avançar em direção a uma
acessibilidade universal, atendendo não somente as especificidades de
estudantes com deficiência, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e/ou
altas habilidades/superdotação (Brasil, 1996, art. 58), mas
também estudantes com demandas específicas de aprendizagem, m=
as
não reconhecidos legalmente como Público-Alvo da Educaç=
;ão
Especial (PAEE).
Em 2024, o livro digital acessível no formato EPUB3 foi
substituído pelo aplicativo PNLD LIP com a promessa de acesso univer=
sal
mais interativo, por estudantes e professores com e sem deficiência, =
das
obras impressas do PNLD. Neste sentido, parece-nos que o PNLD começa=
a
adotar uma perspectiva de acessibilidade que não somente considera as
especificidades das pessoas com cegueira e surdez, como já vinha
ocorrendo desde o início dos anos 2000, mas em sintonia com o concei=
to
de desenho universal, previsto na LBI como:
[...] concepção de produtos,
ambientes, programas e serviços a serem usados por todas as pessoas,=
sem
necessidade de adaptação ou de projeto específico,
incluindo os recursos de tecnologia assistiva (Brasil, 2015, art. 3º,
inciso II).
No campo educacional, a perspectiva do desenho universal vem sendo
desenvolvida e aplicada, nos Estados Unidos, desde os anos 1990, pelo Ce=
nter
for Applied Special Technol=
ogy =
-
CAST[15]=
span> =
sob a
denominação Universal Designer Learning (UDL), traduzi=
da
no Brasil como Desenho Universal para a Aprendizagem - DUA (Sebastiá=
n-Heredero, 2020).
Segundo Zerbato e Mendes (2018), o DUA
consiste em uma estratégia didático-pedagógica que par=
te
de evidências neurocientíficas acerca da existência de
três redes cerebrais envolvidas no processo de aprendizagem: rede de =
reconhecimento,
afetiva e estratégica. A partir desse pressuposto, defende-se a tese
segundo a qual os currículos escolares são deficientes diante=
da
diversidade dos estudantes. Assim, propõe-se três
princípios orientadores para a prática educativa: oferecer aos
estudantes múltiplas formas de engajamento/envolvimento com o assunto
trabalho, múltiplas formas de apresentação do
conteúdo e múltiplos meios de ação e
expressão da aprendizagem.
Tratando sobre a relação entre acessibilidade e DUA e =
as
possibilidades de diálogo entre esses dois conceitos no Ensino Super=
ior,
Pletsch e Souza (2021, p. 22) destacam:
Le=
var
em consideração o DUA no planejamento e nas estratégia=
s de
ensino sugere que o mesmo conteúdo pode estar disponível em
diferentes formas e mídias, dependendo do objetivo a ser trabalhado.=
Um
assunto ou conceito, por exemplo, pode ser apresentado de modo interativo,
usando recursos como áudio, imagem, vídeo ou
animação. É fundamental que os recursos sejam pensados
levando em conta a usabilidade prática dos estudantes, de
preferência validados por eles próprios.
Parece-nos ser nessa direção de diálogo entre
acessibilidade e DUA que, ao menos em termos intencionais, propõe-se=
a
caminhar o PNLD. Essa mudança coincide com a pauta da
educação inclusiva, seja no tocante à
ampliação do público a ser beneficiado em termos de et=
apa
ou modalidade de ensino, seja no que tange à consideraç&atild=
e;o
das características dos diferentes estudantes, especialmente, daquel=
es
com deficiência ou necessidades educacionais específicas.
Nesse movimento de reconfiguração do PNLD rumo à
acessibilidade universal dois aspectos merecem atenção. O
primeiro deles diz respeito ao fato de essa mudança ocorrer em sinto=
nia
com a perspectiva da Educação Especial como modalidade de
educação escolar com foco na escola comum e enquanto campo de
conhecimento acadêmico-científico que a alimenta com
concepções, recursos e estratégias de didático-=
pedagógicas,
a exemplo de temas como acessibilidade, DUA e inclusão escolar, e dos
diferentes recursos de Tecnologia Assistiva, Comunicação
Aumentativa e Alternativa, entre outros. Ou seja, na medida em que
avançamos nas normativas e no campo da produção
acadêmico-científica em direção à perspec=
tiva
da inclusão escolar, a política nacional do livro didá=
tico
também marchou paulatinamente nessa direção, seja pela
expansão das etapas e modalidades educativas a serem atendidas pelo
PNLD, seja pela consideração das especificidades de aprendiza=
gem
dos estudantes em sua diversidade geracional (PNLD EJA, Educaç&atild=
e;o
Infantil...), geográfica (PNLD do campo), sensorial (livros em Brail=
le,
áudio, imagem/vídeo, EPUB3, etc.), entre outras.
O segundo aspecto a ser considerado diz respeito a
consolidação do livro didático, no âmbito dos
debates sobre educação para todos, como uma mercadoria lucrat=
iva
para o sistema do capital (Bittencourt, 2008). Um exemplo a esse respeito foram as reivindicações da <=
/span>As=
sociação
Brasileira dos Autores de Livros Educativos (Abrelivro=
s),
em parceria com a Associação Brasileira de Editores de Livros=
(Abrale), através de documento intitulado Para
formar um país de leitores: contribuições para a
política do livro escolar no Brasil, encaminhado ao então presidente eleito, Luiz Inácio
Lula da Silva, em dezembro de 2002 (Cassiano, 2007). Ao pautarem suas deman=
das
através de entidades representativas, autores e editores de livros
didáticos exerceram forte pressão junto ao novo governo,
imprimindo, junto com ele, sua marca na política pública naci=
onal
do livro didático no Brasil.
Assim, não podemos perder de vista que o livro didático
é também um produto comercial e que os avanços no ques=
ito
acessibilidade aqui registrados precisam ser apreendidos em uma perspectiva
materialista histórico-dialética, isto é, como um
movimento contraditório que, dando-se no interior da sociedade
capitalista, é também também atravessado por sua lógica perve=
rsa de
transformar tudo em valor de troca (Marx, 2013).
Desse modo, pressionado pelo movimento internacional de
educação inclusiva, o Estado amplia a oferta do livro
didático não apenas como recurso pedagógico, mas
também como mercadoria a ser consumida, beneficiando, ao mesmo tempo,
embora não na mesma proporção, os sujeitos escolares e=
o
mercado editorial (Munakata, 2012b).
Considerações finais
=
Ao
longo do presente trabalho demonstramos que, criada em 1938, quando do
surgimento da Comissão Nacional do Livro Didático (CNLD), a
política pública voltada aos livros escolares passou por
vários formatos e governos, os quais, apesar de procurarem imprimir =
cada
um a sua marca, jamais ousaram comprometer o caráter de polít=
ica
pública de Estado que ela vem assumindo desde que foi criada. Ou sej=
a,
mesmo assumindo várias roupagens e sofrendo inúmeras
reconfigurações, a política pública nacional do
livro didático se ampliou ao longo de sua existência, seja nos
aspectos quantitativos, seja na qualidade do material distribuído aos
estudantes brasileiros.
=
Desde
2001, além dos livros
impressos, o PNLD tem distribuído livros acessíveis para
estudantes com cegueira, baixa visão, surdez e, mais recentemente,
também avançou na oferta de obras em formato digital
acessível para todos os estudantes, na busca de um diálogo en=
tre
acessibilidade e DUA que, ao menos em termos intencionais, parece-nos
promissor.
&= nbsp; Esse passo representa mais um avanço nos quase 90 anos de política nacional do livro didático no Brasil, a qual inicialmente distribuía livros de forma gratuita apenas para estudantes carentes = e, atualmente, além de atender gratuitamente todos os estudantes das escolas públicas de Educação Básica, tamb&eacut= e;m procura atendê-los em suas especificidades geracional, geográf= ica, étnico-racial, física, sensorial, intelectual, entre outras.<= o:p>
&=
nbsp; No
entanto, dois desafios precisam ser enfrentados para que a acessibilidade
universal seja não somente uma sinalização de boas
intenções na esteira de um discurso politicamente correto. O
primeiro deles, conforme sugerem Pletsch et =
al.
(2018), consiste na consideração de que o livro didáti=
co,
mesmo em formato acessível, não dispensa o trabalho
pedagógico do professorado, sendo necessário, em muitos casos,
fornecer apoio focalizado para que os estudantes, sobretudo, aqueles com
deficiência ou necessidade educacional específica mais acentua=
da,
consigam lidar com o recurso tecnológico disponível.
O segundo desafio diz respeito a necessidade de avançarmos em
pesquisas voltadas à avaliação prática desses
recursos no sentido de melhor compreendermos sua usabilidade na
vida real pelos diferentes estudantes. Uma experiência nessa
direção que pode iluminar tanto o trabalho das editoras na
produção de materiais acessíveis como também o
processo de investigação dos pesquisadores é o protoco=
lo
desenvolvido no âmbito do Projeto Desenho Universal para a Aprendizagem:
implementação e avaliação do protocolo do livro
digital acessível (Pletsch et al., 2018), liderado p=
or
pesquisadores do Observatório de Educação Especial e
Inclusão Escolar (ObEE), da Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em parceria com estudiosos da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e o Movimento Down.
Neste sentido, concluimos reafirmando qu=
e,
embora não possamos desconsiderar as disputas de interesse do capita=
l na
produção e comercialização de obras
didáticas, também não podemos negar os avanços =
do
PNLD na direção da acessibilidade universal, mesmo que precis=
emos
aprofundar os estudos acerca da aplicabilidade e usabilidade dos materiais
didáticos produzidos sob a denominação de livros
acessíveis.
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Aceito em: 02 de setembro de 2025.
Publicado em: 02 de setembro de 2025.
[1=
] Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
[2]
Estamos considerando como acessíveis materiais preocupados com o enfrentamento das diversas barreiras que
podem obstruir o ideal de inclusão escolar, sobretudo, de estudantes=
com
deficiência ou outras necessidades educacionais específicas.
[3] Disponível em: https://www.gov.br/fnde/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/pr=
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Acesso em: 20 ago. 2025.
[4]
Sobre a trajetória do INL e o seu papel na política editorial
brasileira, ver os trabalhos de Filgueiras (2011) e Vahl (2014).
[5] Autarquia federal criada durante a Ditadura Mil=
itar
(em 1968) e responsável pela execução financeira de
diversos projetos e programas do Ministério da Educação
– MEC, entre os quais está o PNLD.
[6]
Apesar de criada em 1938, a CNLD só foi instalada em 19 de julho de
1940. Sobre a composição e a atuação dessa
comissão, ver o capítulo 1 da tese de doutorado de Filgueiras
(2011, p. 17-79).
[7] A
sigla permanece a mesma, mas o órgão é denominado
atualmente Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Aní=
;sio
Teixeira.
[8]
Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais (CBPE), órgão do =
Inep
criado em 1955, por Anísio Teixeira, no interior do qual passou a
funcionar a Caldeme.
[9]
Até 15 de março de 1985, ocasião em que foi criado o
Ministério da Cultura, mediante o Decreto n. 91.144 daquele ano, a s=
igla
MEC designava Ministério da Educação e Cultura.
[10]=
span>
Até o ano de 1997 foram contempladas com livros didáticos as
disciplinas: Alfabetização, Língua Portuguesa,
Matemática, Ciências, Estudos Sociais, História e
Geografia. Em 2011 o PNLD incluiu livros de Inglês e de Espanhol e, em
2016, a componente curricular Arte.
[11]=
span> O
PNLEM foi criado através da Resolução CD FNDE n. 38, d=
e 15 de outubro de 2003. No entanto, o atendimento =
aos
estudantes se deu de forma gradativa: entre 2004 e 2006 foram contempladas =
as
disciplinas Língua Portuguesa e Matemática; Biologia em 2007;
História e Química em 2008; Física e Geografia em 2009;
Inglês, Espanhol, Filosofia e Sociologia em 2015 e Arte em 2015.
[12]=
span> Instituído pela Resolução CD FNDE n. 18, de 24=
de
abril de 2007, o PNLA foi absorvido, em 2009, por meio da
Resolução CD FNDE n. 51, de 16 de setembro de 2009, pelo PNLD
EJA. Com essa medida, o Programa ampliou o atendimento outrora restrito aos
alfabetizandos do Programa Brasil Alfabetizado (PBA), passando a contemplar
estudantes das escolas públicas de ensino fundamental e médio=
na
modalidade EJA. Foi o primeiro programa do livro a incluir a disciplina Art=
e.
[13]=
span>
Instituído pela Resolução n. 40=
, de
26 de julho de 2011, o PNLD Campo distribuiu em suas duas ediç&otild=
e;es
(2013 e 2016), livros consumíveis de Alfabetização
Matemática, Letramento e Alfabetização, Língua
portuguesa, Matemática, Ciências, História e Geografia.=
O
Programa se destina a atender as especificidades de estudantes do primeiro =
ao
quinto ano do Ensino Fundamental de escolas públicas da área
rural, seriadas e multisseriada.
[14] Consiste
na impressão do código Braille de forma justaposta à
impressão do mesmo texto utilizando o alfabeto convencional, de modo=
a
possibilitar a leitura paralela por pessoas com deficiência visual
(cegueira e/ou baixa visão) e por videntes.
[15]=
span> Em
Português: Centro de Tecnolo=
gia
Especial Aplicada (CAST).
Revista Inclusão &
Sociedade
Revista Inclusão & Sociedade, v.5,n.1, 2025 = &nb= sp; = &nb= sp; = = 2