ESTRATÉGIAS DE TREINAMENTO NO FUTEBOL DE CEGOS: A UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA INICIAÇÃO ESPORTIVA DE CRIANÇAS CEGAS.
TRAINING STRATEGIES IN FOOTBALL FOR THE BLIND: THE USE OF ASSISTIVE TECHNOLOGY TO INITIATE BLIND CHILDREN IN SPORTS.
ESTRATEGIAS DE ENTRENAMIENTO EN FÚTBOL PARA CIEGOS: EL USO DE TECNOLOGÍA DE ASISTENCIA PARA INICIAR A LOS NIÑOS CIEGOS EN EL DEPORTE.
Higor Cruz da Silva1, Fábio Brandolin2, Vagner Santos da Cruz3
Resumo: O presente estudo tem como objetivo relatar uma experiência ocorrida no contexto da disciplina de Inserção de Tecnologias nos Produtos Educacionais, parte do curso de Mestrado Profissional em Ensino na Temática da Deficiência Visual do Instituto Benjamin Constant. A pesquisa, do tipo qualitativa, é motivada por uma reflexão decorrente da prática do primeiro autor como professor no projeto de iniciação esportiva de futebol para deficientes visuais do IBC, onde a tecnologia assistiva é empregada para adaptar um dispositivo que visa auxiliar tanto docentes quanto discentes durante os treinamentos da modalidade esportiva em questão. Nesse contexto, destaca-se a criação do "Sinalizador de Fim de Curso para Treinamentos de Futebol de Cegos", um sensor de presença projetado para proporcionar maior segurança durante as atividades esportivas, tanto para os professores quanto para os alunos envolvidos no processo de iniciação esportiva em futebol de cegos. Os resultados de aplicação do produto em quadra sugerem que o mesmo pode ser um facilitador durante os treinamentos de futebol de cego, proporcionando mais segurança e autonomia para alunos e professores.
Palavras-chave: Futebol de cegos. Iniciação esportiva. Tecnologia assistiva.
Resumen: El presente estudio tiene como objetivo relatar una experiencia ocurrida en el contexto de la disciplina Inserción de Tecnologías en Productos Educativos, parte de la Maestría Profesional en Docencia en Discapacidad Visual del Instituto Benjamín Constant. La investigación cualitativa está motivada por una reflexión surgida de la práctica del primer autor como docente en el proyecto de iniciación deportiva al fútbol para personas con discapacidad visual en el IBC, donde se utiliza tecnología asistiva para adaptar un dispositivo que tiene como objetivo ayudar tanto a docentes como a estudiantes durante el entrenamiento. del deporte en cuestión. En este contexto, destaca la creación de la “Señal de Fin de Curso para Entrenamiento de Fútbol para Ciegos”, un sensor de presencia diseñado para brindar mayor seguridad durante la actividad deportiva, tanto a profesores como a estudiantes involucrados en el proceso de iniciación al deporte en el fútbol para ciegos. Los resultados de la aplicación del producto en la cancha sugieren que puede ser un facilitador durante el entrenamiento de fútbol para ciegos, brindando mayor seguridad y autonomía a estudiantes y profesores.
Keywords: Fútbol para ciegos. Iniciación deportiva. Tecnología de asistencia.
Abstract: The present study aims to report an experience that occurred in the context of the Insertion of Technologies in Educational Products discipline, part of the Professional Master's degree in Teaching on Visual Impairment at the Benjamin Constant Institute. The qualitative research is motivated by a reflection arising from the first author's practice as a teacher in the football sports initiation project for the visually impaired at IBC, where assistive technology is used to adapt a device that aims to assist both teachers and students. during training of the sport in question. In this context, the creation of the "End of Course Signal for Blind Football Training" stands out, a presence sensor designed to provide greater safety during sporting activities, both for teachers and students involved in the initiation process. sport in blind football. The results of applying the product on the court suggest that it can be a facilitator during blind football training, providing more security and autonomy for students and teachers.
Palabra clave: Blind football. Sports initiation. Assistive technology.
No Brasil, por ser considerado o país do futebol, diversas crianças sonham em tornar-se jogadores de futebol. Por que esse sonho seria diferente para uma criança cega? O futebol é um esporte que desperta paixão em muitos brasileiros, independentemente de suas classes sociais, credos, cores e outros fatores que influenciam a vida do indivíduo. Conforme Morato et al. (2011, p.11) afirmam, "ser jogador de futebol ainda é o sonho de muitas crianças nesse país e não é diferente também para algumas pessoas cegas. A deficiência não as priva de comportamentos ou sentimentos infantis.” Contudo, a pessoa com deficiência visual muitas vezes é privada do acesso ao esporte por conta das construções sociais vigentes, que dão uma ênfase visuocentrista aos esportes de uma forma geral.
Apesar da relevância de todos os sentidos, a visão assume uma importância destacada em relação aos demais devido ao fato de vivermos em um mundo visual.
"Vivemos em um mundo saturado de estímulos visuais, onde somos constantemente expostos a uma infinidade de imagens e informações provenientes de diversas fontes e mídias. Essa ubiquidade visual afeta nossa percepção, molda nossas opiniões e pode até mesmo influenciar nossas emoções" (Santos, 2019, p. 37).
No entanto, acreditamos que é possível proporcionar as pessoas com deficiência visual o acesso a estratégias e ferramentas que possibilitem o processo de inclusão e da melhoria de sua qualidade de vida.
O presente estudo surge a partir de uma reflexão recorrente sobre minha prática como professor no projeto de iniciação esportiva de futebol de cegos do Instituto Benjamin Constant (IBC), que é uma instituição especializada no ensino de pessoas com deficiência visual, e está localizada na cidade do Rio de Janeiro. Esta instituição foi a primeira escola especializada do Brasil, fundada em 1854 ainda na época do império. Desde então, vem se renovando e se estabelecendo como um centro de referência no ensino e na pesquisa que envolve as questões relacionadas à deficiência visual, oferecendo acesso à educação desde a educação infantil até a pós-graduação.
A fase de iniciação esportiva é fundamental na formação de um atleta, pois é nela que são estabelecidas as bases para o desenvolvimento futuro de habilidades e competências relacionadas ao esporte escolhido. De acordo com Garganta e Pinto (2012, p. 32), “a iniciação esportiva tem como objetivo oferecer um primeiro contato com o esporte de forma lúdica e prazerosa, proporcionando aos jovens a oportunidade de conhecerem e vivenciarem diferentes modalidades esportivas”.
O IBC, ao longo de sua história, tem valorizado a prática esportiva como uma forma de promover a saúde e o bem estar de seus alunos, além de estimular sua integração com a sociedade, reconhecendo a importância do esporte como uma ferramenta para o desenvolvimento físico, emocional e social dessas pessoas (Santos, 2015).
Mediante essas informações procuramos desenvolver um produto que consiste em um dispositivo eletrônico que possui um sensor de presença, emitindo um sinal sonoro sempre que detecta a presença de uma pessoa ou objeto, permitindo assim que os alunos cegos possam se localizar em determinados pontos da quadra.
Ao abordar o tema do futebol de cegos, é importante iniciar uma discussão sobre o conceito de cegueira. A partir da promulgação da lei 14.126/21 podemos definir que a deficiência visual pode ocorrer de três formas: cegueira, baixa visão e visão monocular. Bolonhini Junior (2004) define a deficiência visual como a perda total ou parcial da visão de forma definitiva. Como o produto desenvolvido neste trabalho é direcionado para pessoas cegas, iremos nos limitar a esse público com enfoque apenas na classificação esportiva, em detrimento das classificações médica e educacional.
A classificação esportiva da pessoa com deficiência visual é um aspecto importante para garantir a igualdade de oportunidades nas competições. Segundo a pesquisa de Silva et al. (2019), a classificação esportiva é um processo que visa agrupar os atletas com deficiência visual de acordo com o grau de comprometimento visual, permitindo que eles compitam contra outros atletas com habilidades semelhantes. Isso é essencial para evitar vantagens injustas e garantir que a competição seja baseada no mérito e na habilidade dos atletas.
De acordo com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), os atletas são separados em três classes de acordo com o grau de deficiência visual: B1, B2 e B3. O “B” no início das classes é uma referência à palavra blind, que significa cego em inglês. Essa classificação é fundamental para garantir que os jogadores com diferentes níveis de deficiência visual possam competir de forma justa e equitativa. A classe B1 é para atletas cegos ou com alguma percepção visual, no entanto, não são capazes de reconhecer o formato de uma mão independente da distância. Na classe B2, os atletas possuem algum grau de visão que lhes permitem perceber vultos, embora não sejam capazes de enxergar com clareza. Na classe B3, os atletas possuem uma capacidade visual melhorada em comparação às outras classes, conseguindo ter uma definição de imagens, mas ainda enfrentam limitações causadas pela perda visual (CPB, 2024).
Utilizar recursos tecnológicos no desenvolvimento das aulas de futebol de cegos é uma ferramenta adicional na construção do processo de ensino-aprendizagem. Um exemplo notável da utilização da tecnologia assistiva para pessoas cegas no esporte é o uso de bolas sonoras. Essas bolas emitem sons que permitem aos atletas cegos localizá-las e interagir com elas durante a prática esportiva. De acordo com Santos et al. (2018), as bolas sonoras têm sido amplamente utilizadas em esportes como futebol, golfe e tênis, permitindo que pessoas cegas possam jogar e competir de forma autônoma.
Para melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência visual e trazer novas possibilidades além da exploração do canal sensorial da visão, podemos fazer uso das diversas tecnologias existentes, permitindo que possam ter acesso a produtos e serviços que trazem inclusão. A tecnologia assistiva (TA) é uma área de estudo e prática que busca melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência, proporcionando-lhes maior independência e participação social.
Esta área de pesquisa e desenvolvimento visa proporcionar soluções tecnológicas que auxiliem na superação de barreiras e na participação plena na sociedade. Apesar disso, ela não fornece apenas soluções práticas para superar as limitações funcionais, mas também promove a independência e a inclusão social das pessoas com deficiências.
O objetivo é eliminar ou mitigar as barreiras impostas pela deficiência, permitindo que as pessoas com limitações possam realizar suas atividades diárias, sem serem impedidas por aspectos físicos, sensoriais, cognitivos ou psicológicos, desenvolvendo soluções que atendam às necessidades específicas de cada pessoa com deficiência, considerando suas limitações e habilidades.
Seguindo essa proposta, utilizaremos os conhecimentos advindos da tecnologia assistiva, a fim de desenvolvermos um instrumento para auxiliar nas aulas de futebol de cegos. Este conceito é corroborado por De Ruyter et al (2018), que destacam a importância da TA para o desenvolvimento pessoal e social dos indivíduos com deficiência, além de sua contribuição para a melhoria da sua qualidade de vida.
Partindo dessa premissa, buscamos de acordo com as propostas da TA, desenvolver um instrumento de localização que possa facilitar as aulas e colaborar com o desenvolvimento de atletas do futebol de cegos, proporcionando mais segurança aos alunos para realização das atividades.
Metodologia
O trabalho aqui desenvolvido tem uma proposta qualitativa, em que buscamos compreender o futebol de cegos, a importância da iniciação esportiva e da tecnologia assistiva para as pessoas com deficiência visual e suas implicações durante as aulas práticas. Portanto, busca conhecer as percepções dos sujeitos pesquisados acerca da situação-problema, objeto da investigação, como afirma Minayo (2001, p. 14),
[...] trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.
Como método de pesquisa, utilizamos a pesquisa de campo, que é uma metodologia amplamente utilizada em diversas áreas do conhecimento, como sociologia, antropologia e geografia, que permite a coleta de dados diretamente no local de estudo. De acordo com Silva e Marques (2012, pg. 45), "a pesquisa de campo é uma técnica que objetiva a coleta de informações diretamente no local onde ocorre o fenômeno estudado, por meio da observação direta, aplicação de questionários, entrevistas e outras técnicas”. Dessa forma, essa abordagem se mostra fundamental para a obtenção de dados empíricos e a compreensão mais aprofundada dos fenômenos sociais.
A pesquisa de campo também possibilita uma maior interação entre pesquisador e objeto de estudo, favorecendo uma abordagem mais precisa e contextualizada. A pesquisa de campo proporciona ao pesquisador a possibilidade de observar, analisar e compreender a realidade, possibilitando uma investigação mais aprofundada e uma melhor compreensão do objeto de estudo. É uma estratégia importante para a obtenção de dados mais ricos e representativos, sendo uma alternativa eficaz para compreender e explicar os fenômenos sociais.
A análise de campo consistiu em uma observação direta das atividades realizadas pelos alunos durante o treinamento, utilizando o sensor de presença, com o intuito de identificar os possíveis benefícios do sensor e suas eventuais limitações durante sua utilização.
Participantes
O produto educacional foi aplicado em quadra com os alunos. Os dados foram coletados através da observação participante, sendo todo o processo registrado em um diário de campo. Os participantes da análise observacional foram alunos da escolinha de futebol de cegos do Instituto Benjamin Constant, caracterizados pela condição de cegueira total. A faixa etária dos participantes variou de 10 a 15 anos, sendo composta por duas meninas e dois meninos:
• Participante 1: menina de dez anos de idade, cega congênita
• Participante 2: menino de dez anos de idade, cego congênito
• Participante 3: menino de onze anos de idade, cego congênito
• Participante 4: menina de quinze anos de idade, cega congênita
A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética, com o número de identificação CAAE: 68484723.6.0000.5246, e os respectivos termos foram assinados pelos responsáveis dos alunos. Com o intuito de avaliar a eficácia de nosso produto e obter informações, procedemos com os testes utilizando apenas um protótipo, o qual foi posicionado em uma área pré-determinada pelo pesquisador, como veremos na figura 1. O sensor foi posicionado no meio da quadra apontando para uma das laterais da quadra à uma distância de 4 metros, conforme o símbolo que representa um radar na figura 1.
Figura 1- Imagem de uma quadra de futebol de cegos
Fonte: Imagem elaborado pelos autores
Durante a aplicação do produto foram realizadas observações enquanto os alunos realizavam exercícios pré-determinados, a fim de avaliar a eficiência do sensor de presença. A seleção dos exercícios foi baseada nas expectativas em relação à utilização do sensor nos treinamentos de futebol de cegos, visando proporcionar maior segurança na execução das atividades de treinamento e informar aos alunos sua localização na quadra. Os dados coletados foram registrados em um diário de campo. A partir dos dados foi possível realizar uma análise para determinar os possíveis benefícios do produto educacional desenvolvido nesta pesquisa.
Os participantes da análise observacional são alunos da escolinha de futebol de cegos do Instituto Benjamin Constant, caracterizados pela condição de cegueira total. Dois dos participantes frequentavam a escolinha de futebol de cegos há mais de um ano, enquanto os outros dois tinham menos de um ano de participação na escolinha. A seleção desses participantes levou em consideração a representatividade de diferentes idades, gêneros e níveis de experiência na escolinha, a fim de obter uma amostra diversificada para a análise observacional.
Produto Educacional
O objetivo foi que este produto fosse construído com materiais bem simples, de fácil acesso e baixo custo, para que fossem replicados de uma forma que atendesse a todos os profissionais que desejassem trabalhar com o futebol de cegos.
A construção se deu primeiro, a partir do conhecimento de possíveis materiais que poderiam ser utilizados para o desenvolvimento do projeto, naquele momento aprendemos sobre a utilização e suas funções. Apresentaremos os componentes utilizados para construção do nosso produto: placa eletrônica, buzzer, arduino, sensor de presença e protoboard, representados na figura abaixo da esquerda para direita e de cima para baixo.
Figura 2 - Imagem da placa eletrônica, buzzer, Arduino uno, sensor de presença e protoboard.
Fonte: acervo do pesquisador
Cada componente desempenha uma função que em conjunto compõe nosso dispositivo. As placas eletrônicas, também conhecidas como PCBs (Printed Circuit Boards), são componentes fundamentais na construção de dispositivos eletrônicos. O buzzer tem a função de emitir sinais sonoros que proporcionem feedback auditivo aos jogadores cegos, sempre que passarem pelo raio de cobertura do sensor de presença o arduíno irá enviar um comando para o acionamento do buzzer, que irá apitar. O Arduino é uma plataforma de prototipagem eletrônica de código aberto que permite a criação de projetos interativos e dispositivos eletrônicos de forma acessível e flexível. O sensor de presença ultrassônico HC-SR04 é um dispositivo eletrônico utilizado para detectar a presença de objetos ou pessoas em um determinado ambiente por meio do uso de ondas sonoras de alta frequência e tem um alcance máximo de até 4 metros. O protoboard é uma ferramenta amplamente utilizada na prototipagem de circuitos eletrônicos. Para os primeiros testes utilizamos o protoboard que serve para construir circuitos temporários com rapidez e flexibilidade. Após os testes iniciais utilizamos uma placa ilhada e soldamos os componentes e fios na mesma.
Além dos componentes citados, também foram utilizados, uma bateria de 9V, uma chave tátil com trava e cabos jumper macho-fêmea de 10 centímetros, compreendendo 3 cabos vermelhos, 4 pretos, 1 amarelo, 1 verde e 1 azul, utilizados para as conexões elétricas entre os componentes. As ligações dos cabos foram direcionadas pelas cores para facilitar a identificação. Para facilitar a montagem do produto segue o passo a passo da descrição das ligações elétricas do produto, que também pode ser melhor visualizada na figura 3 que apresenta o esquema de ligação dos dispositivos eletrônicos:
Sensor de presença:
• Cabo preto ficou ligado no Gnd do sensor e a outra ponta no negativo do protoboard;
• Cabo azul ficou ligado no ECHO do sensor e a outra ponta na porta 6 do Arduino Uno;
• Cabo amarelo ficou ligado no Tr1g do sensor e a outra ponta na porta 7 do Arduino uno;
• Cabo vermelho ficou ligado no Vcc do sensor e a outra ponta no positivo do protoboard;
Arduino uno:
• Cabo vermelho ficou ligado no 5v do Arduino uno e a outra ponta no positivo do protoboard;
• Cabo preto ficou ligado no Gnd do Arduino uno e a outra ponta no negativo do protoboard;
Buzzer
• Cabo preto ficou ligado no negativo do buzzer e a outra ponta no negativo do protoboard;
• Cabo verde ficou ligado na porta 2 do Arduino uno e a outra ponta no positivo do protoboard;
Conector de pilha: O conector de pilha, foi ligado ao botão chave tátil com trava através da conexão do fio preto e ligado ao Arduino uno;
O diagrama de ligação apresentado na figura 3 mostra como foram realizadas as ligações elétricas de todos os dispositivos contidos na versão final do produto.
Figura 3- Esquema de ligação dos dispositivos eletrônicos
Fonte: Acervo do pesquisador (elaborado no programa Tinkercad)
O diagrama esquemático é uma representação visual que permite a compreensão e a comunicação de informações complexas de forma clara e concisa. Ele é amplamente utilizado em diversas áreas, como engenharia, eletrônica e arquitetura, para ilustrar a estrutura, o funcionamento e as relações entre os componentes de um sistema.
Após a conclusão das conexões elétricas, o sensor foi cuidadosamente posicionado e acomodado dentro da caixa confeccionada para o protótipo como pode ser visto na figura 4, garantindo a proteção e a integridade do dispositivo durante o uso prático no ambiente esportivo. A inserção do sensor de presença na caixa representou o último passo da montagem física do dispositivo, onde a estrutura externa foi projetada para proporcionar segurança e praticidade durante o manuseio e utilização do sensor.
Figura 4 – Protótipo em MDF
Fonte: Acervo do pesquisador.
Para tornar o produto funcional é necessário realizar a programação. Através de uma interface específica conhecida como Arduíno IDE é possível escrever os códigos(programas) e enviá-los para a placa. Esses códigos permanecem gravados na memória da placa Arduíno até que sejam substituídos. A seguir vamos apresentar o passo a passo para realizar a compilação dos dados para a placa de Arduino através do IDE (Ambiente de Desenvolvimento Integrado):
1. Abra o software Arduino IDE em seu computador.
2. Conecte a placa do Arduino ao computador usando um cabo USB adequado.
3. No menu superior do Arduino IDE, selecione a placa correta. Para isso, vá em "Ferramentas" e, em seguida, em "Placa". Escolha o modelo de Arduino que você está utilizando.
4. Em seguida, selecione a porta correta para a comunicação entre o computador e a placa Arduino. Vá em "Ferramentas" novamente e, dessa vez, selecione a porta apropriada em "Porta".
5. Abra o código fonte do programa que você deseja compilar para a placa Arduino. Se você já possui o código, abra-o no Arduino IDE. Caso contrário, escreva o código no editor do software.
6. Verifique se não há erros de sintaxe no código. Para isso, clique no botão "Verificar" (ícone de um "V") na parte superior do Arduino IDE. Se houver algum erro, o IDE irá indicá-lo e destacá-lo no código.
7. Após verificar que não há erros, clique no botão "Carregar" (ícone de uma seta para a direita) para compilar e enviar o código para a placa Arduino.
8. Aguarde até que o processo de compilação e carregamento seja concluído. O IDE exibirá uma barra de progresso e, quando o processo for concluído com sucesso, você verá a mensagem "Carregado com sucesso" na parte inferior do IDE. Agora a placa estará executando o programa conforme definido no código. É importante ressaltar que, durante o processo de compilação e carregamento, é fundamental manter a placa Arduino corretamente conectada ao computador e verificar se as configurações de placa e porta estão corretamente selecionadas no Arduino IDE. Além disso, é necessário ter os drivers adequados instalados, caso sejam necessários para o funcionamento da placa Arduino no sistema operacional do seu computador. O código utilizado pode ser observado no quadro 1.
QUADRO 1 - Código utilizado para a programação
#include "Ultrasonic.h" //INCLUSÃO DA BIBLIOTECA NECESSÁRIA PARA FUNCIONAMENTO DO CÓDIGO int echoPin = 1; //PINO DIGITAL UTILIZADO PELO HC-SR04 ECHO(RECEBE) int trigPin = 3; //PINO DIGITAL UTILIZADO PELO HC-SR04 TRIG(ENVIA) int pinoBuzzer = 2; //PINO DIGITAL EM QUE O BUZZER ESTÁ CONECTADO Ultrasonic ultrasonic(trigPin,echoPin); //INICIALIZANDO OS PINOS int distancia; //CRIA UMA VARIÁVEL CHAMADA "distancia" DO TIPO INTEIRO void setup(){ pinMode(echoPin, INPUT); //DEFINE O PINO COMO ENTRADA (RECEBE) pinMode(trigPin, OUTPUT); //DEFINE O PINO COMO SAÍDA (ENVIA) pinMode(pinoBuzzer, OUTPUT); //DECLARA O PINO COMO SENDO SAÍDA } void loop(){ hcsr04(); // FAZ A CHAMADA DO MÉTODO "hcsr04()" if(distancia <= 300){// SE A DISTÂNCIA ENTRE O OBJETO E O SENSOR ULTRASONICO FOR MENOR QUE 300CM, FAZ tone(pinoBuzzer,1500);//ACIONA O BUZZER }else{//SENÃO, FAZ noTone(pinoBuzzer);//BUZZER PERMANECE DESLIGADO } } //MÉTODO RESPONSÁVEL POR CALCULAR A DISTÂNCIA void hcsr04(){ digitalWrite(trigPin, LOW); //SETA O PINO 6 COM UM PULSO BAIXO "LOW" delayMicroseconds(2); // DELAY DE 2 MICROSSEGUNDOS digitalWrite(trigPin, HIGH); //SETA O PINO 6 COM PULSO ALTO "HIGH" delayMicroseconds(10); // DELAY DE 10 MICROSSEGUNDOS digitalWrite(trigPin, LOW); //SETA O PINO 6 COM PULSO BAIXO "LOW" NOVAMENTE // FUNÇÃO READ, FAZ A CONVERSÃO DO TEMPO DE RESPOSTA DO ECHO EM //CENTÍMETROS E ARMAZENA NA VARIÁVEL "distancia" distancia = ultrasonic.read(CM); // VARIÁVEL GLOBAL RECEBE O VALOR DADISTÂNCIA MEDIDA delay(500); //INTERVALO DE 500 MILISSEGUNDOS } |
Devido às limitações de habilidades motoras, como coordenação motora, equilíbrio e controle de bola, algumas crianças necessitam de auxílio para a realização de exercícios que estimulem o aprimoramento dessas valências.
Para evitar a perda do contato com a bola, as bandas laterais são utilizadas como apoio e guia. Com isso, para que os alunos obtivessem uma margem de segurança para realização dos exercícios, o posicionamento de cada personagem da pesquisa ficou situado da seguinte forma: Os alunos ficaram posicionados ao final da quadra; o sensor ficou no meio da quadra de frente para a banda lateral numa distância de 4 metros, o professor ficou próximo a banda a uma distância de 2 metros do posicionamento do sensor. A figura 5 apresenta o posicionamento do sensor na durante os testes realizados com os alunos.
Figura 5 - Imagem de uma quadra de futebol de cegos e fotos dos alunos realizando os exercícios
Fonte: Acervo do pesquisador.
Primeiro teste: caminhada.
O objetivo da atividade era verificar se o sensor conseguiria identificar o participante passando entre ele e a banda e emitir o sinal sonoro, e se o aluno era capaz de identificar tal sinal.
No primeiro teste do experimento da caminhada, uma metodologia foi adotada para avaliar percepção dos participantes. Para delimitar a distância percorrida, os alunos foram posicionados no final da quadra, onde todos pudessem percorrer a mesma distância. Os alunos foram instruídos a seguir em frente durante o percurso, caminhando até o ponto em que o sensor estava posicionado, utilizando a banda como linha guia para chegar ao local determinado. Caso percebessem um estímulo sonoro durante essa caminhada, deveriam executar um salto como resposta. Durante o processo dos testes o professor se posiciona no ponto atrás do sensor, onde o mesmo efetuava o sinal de comando para realização da atividade.
A participante 1, obteve sucesso na atividade proposta, conseguindo identificar o som e realizando o salto ao término do exercício. É importante ressaltar que, por uma coincidência, a participante 1 passou o mais próximo possível do sensor durante sua caminhada, o que lhe permitiu ouvir o estímulo sonoro e responder adequadamente.
O participante 2, caminhou até o ponto médio entre a banda e o sensor de presença, ao ouvir o sinal sonoro, ele realizou um salto.
O participante 3, que é reconhecido como o estudante mais experiente da escolinha, onde já teve duas passagens na seleção de base, demonstrou uma habilidade mais avançada na sua orientação. Foi capaz de seguir precisamente o comando de voz, dirigindo-se perfeitamente em direção ao pesquisador, passando entre a banda e o sensor. Além disso, ao atravessar a faixa, ele realizou um salto, evidenciando que ele estava atento ao som emitido pelo sensor. Esses resultados indicam a boa capacidade de orientação espacial e a resposta eficaz do participante aos estímulos durante o teste.
A participante 4 possui um bom nível de orientação espacial, o que se mostrou evidente durante o teste realizado. Durante o experimento, ela foi instruída a passar pelo espaço existente entre o sensor e a banda. Durante esse percurso, ela foi solicitada a identificar e reagir a um estímulo sonoro específico. Os resultados obtidos demonstraram sua habilidade em identificar o som solicitado e realizar o salto conforme instruído.
Com base nas respostas fornecidas sobre o sensor de presença, é possível concluir que o sensor foi capaz de detectar os alunos cegos que passaram por ele caminhando. Todos os participantes conseguiram ouvir o aviso sonoro do sensor e responder adequadamente ao estímulo. A capacidade dos alunos conseguirem identificar o som emitido pelo sensor de presença foi observada, nestes testes realizados.
Essas seleções mostram as diferentes habilidades dos alunos em relação ao tempo de participação na escolinha, a resposta aos estímulos sonoros durante os testes de caminhada. Os alunos que tiveram os melhores resultados foram os que tiveram mais tempo de participação na escolinha.
Segundo teste: corrida.
Para realização do segundo teste, seguimos as mesmas especificações realizadas no teste da caminhada, contudo nesse exercício o participante deveria passar correndo pelo ponto determinado em direção ao chamado do professor que se situa atrás do sensor. O objetivo da atividade era observar se o sensor conseguiria identificar o participante passando correndo entre ele e a banda e emitir o sinal sonoro, e se o aluno era capaz de identificar tal sinal em velocidade.
Durante o segundo teste, a participante 1 realizou a corrida em direção ao final da quadra, transpondo o espaço designado entre o sensor e a banda. No entanto, embora tenha aparentado ter percebido o estímulo sonoro, ela não executou o salto pré-determinado imediatamente, realizando apenas após um tempo depois.
Ao iniciar a corrida, o participante 2 deveria pular ao ouvir um sinal sonoro e percorrer a distância ao som da voz do professor. No entanto, apesar de passar próximo ao sensor, o participante 2 não realizou o salto necessário quando o sinal sonoro foi emitido.
O participante 3 demonstrou um bom desempenho, correndo em direção ao local determinado, passando rente à distância máxima entre o sensor e a banda, e realizando o salto imediatamente após ouvir o sinal sonoro.
A participante 4 efetuou a corrida com sucesso, percorrendo o trajeto designado e passando pelo centro entre o sensor e a banda. Além disso, ela demonstrou habilidade ao identificar o aviso sonoro e realizou o salto mais próximo em relação a esse estímulo auditivo.
Com base nas informações fornecidas, podemos fazer uma análise das respostas em relação ao sensor de presença. No segundo teste, foi possível perceber que alguns alunos responderam com o salto prontamente após o aviso sonoro do dispositivo e outros não.
A participante 1, apesar de ter percebido o estímulo sonoro, não conseguiu executar o salto imediatamente após a percepção auditiva, mas concluiu a corrida antes de realizar o salto. Isso pode indicar que ela teve alguma dificuldade em sincronizar a resposta ao estímulo.
No caso do participante 2, foi observado que ele não realizou o salto necessário quando o sinal sonoro foi emitido. Isso pode indicar que ele não percebeu o estímulo sonoro ou teve dificuldades em reagir a ele.
O participante 3 teve um bom desempenho. Além de correr em direção ao local determinado, ele passou rente à distância máxima entre o sensor e a banda e realizou o salto imediatamente após ouvir o sinal sonoro. Isso evidencia uma boa capacidade de reação ao estímulo auditivo.
A participante 4 demonstrou habilidade ao identificar o aviso sonoro e realizou o salto mais próximo em relação a esse estímulo auditivo. Isso mostra que o sensor de presença foi eficiente em detectar a presença da aluna e acionar o aviso sonoro.
Com base na análise das ações dos participantes, pode-se observar diferentes respostas diante do mesmo estímulo sonoro. Essas observações destacam a importância do tempo de realização da escolinha, conforme o resultado do teste anterior, os alunos que obtiveram os melhores desempenhos, foram os que estavam mais tempo no projeto.
Terceiro teste: condução lenta da bola.
Para realização do terceiro teste, seguimos as mesmas especificações realizadas no teste da caminhada e corrida, contudo nesse exercício o participante deveria passar conduzindo a bola pelo ponto determinado. O objetivo da atividade era verificar se o sensor conseguiria identificar o participante passando conduzindo a bola entre ele e a banda e emitir o sinal sonoro, e se o aluno era capaz de identificar tal sinal. Ao ouvirem o sinal sonoro, eles foram instruídos a bater palmas para não atrapalhar o movimento com bola.
A participante 1 foi a primeira a executar a tarefa, e demonstrou um bom desempenho ao conduzir a bola, passando pelo centro entre a banda e o sensor, assim que ouviu o sinal sonoro, bateu palmas
O participante 2, aluno iniciante no projeto, enfrentou uma pequena dificuldade na condução da bola, pois por ser um aluno iniciante ele não possuía um bom controle de bola e deixando-a fugir do seu domínio por diversas vezes, ele fez uso de suas habilidades em desenvolvimento para conduzir a bola de acordo com seu próprio estilo, passando o pé por cima da bola e arrastando-a em direção ao local determinado. Assim que ouviu o sinal sonoro, ele prontamente realizou a batida de palma conforme exigido pela tarefa.
O participante 3 conduziu a bola na direção indicada pelo professor, passando com sucesso entre o sensor e a banda. Além disso, o participante 3 foi rápido em sua reação, batendo palmas imediatamente ao ouvir o sinal sonoro.
A participante 4 conduziu a bola passando com sucesso entre a banda e o sensor conforme instruído. No entanto, ela executou a batida de palma exigida no exercício somente algum tempo após o sensor emitir o sinal sonoro. Essa observação indica que houve uma pequena demora na resposta da participante 4 ao estímulo sonoro. No entanto, é importante ressaltar que ela foi capaz de cumprir a exigência do exercício após ouvir o sinal sonoro pela segunda vez.
Com base nas informações fornecidas, podemos fazer uma análise das respostas em relação ao sensor de presença nos testes de condução com bola em velocidade lenta. Ficou claro que o sensor de presença foi capaz de identificar os alunos cegos que passaram por ele e acionar o aviso sonoro.
Em relação aos alunos, alguns demonstraram pequenas dificuldades na resposta ao reagir o sinal sonoro e outros uma ótima capacidade de identificar e reagir prontamente, mas todos foram capazes de realizar as ações necessárias. A prontidão, precisão e adaptabilidade dos alunos são fatores que influenciaram seus desempenhos individuais na atividade e na resposta ao sinal sonoro.
Quarto teste: condução rápida da bola.
Para realização do quarto teste, seguimos as mesmas especificações realizadas nos testes acima, contudo nesse exercício o participante deveria passar conduzindo de forma rápida pelo ponto determinado. O objetivo da atividade era verificar se o sensor conseguiria identificar o participante passando conduzindo rápido entre ele e a banda e emitir o sinal sonoro, e se o aluno era capaz de identificar tal sinal.
Neste teste, os participantes foram desafiados a conduzir a bola o mais rapidamente possível e, ao passar pelo ponto designado, efetuariam a batida de palma ao ouvir o sinal sonoro. Durante o teste de condução rápida, a participante 1 demonstrou um bom desempenho. Conduziu a bola em alta velocidade, alcançando o máximo de suas habilidades. Ao passar próximo a banda, que estava a uma distância maior do sensor, exibiu precisão e controle em sua trajetória.
No entanto, é importante notar que a participante 1 efetuou a batida de palma solicitada apenas um tempo depois do sinal sonoro ter sido acionado. Essa observação indica que houve uma pequena demora na resposta ao sinal.
O participante 2, neste exercício, surpreendeu e conduziu a bola com destreza, passando pelo centro entre o sensor e a banda. Ao passar por essa região e ouvir o sinal sonoro, executou corretamente a batida de palma, conforme exigido para a conclusão do exercício.
O participante 3 apresentou um bom desempenho, conduziu a bola habilmente, passando pelo centro definido entre a banda e o sensor. Sua precisão e controle foram evidentes durante todo o percurso, que era do meio ao final da quadra até o ponto de posição do sensor. Demonstrou grande agilidade e prontidão em sua resposta ao sinal sonoro emitido pelo sensor. Assim que o sinal foi ouvido, executou corretamente a batida de palma, conforme exigido. Se destacou no teste de condução rápida, mostrando competência tanto na condução da bola quanto na reação ao sinal sonoro.
No teste de condução rápida, a participante 4 exibiu um desempenho notável, conduziu a bola com velocidade e habilidade, passando com sucesso pelo espaço delimitado entre a banda e o sensor. Além disso, ela imediatamente executou a batida de palma assim que escutou o sinal sonoro, demonstrando uma resposta ágil e eficiente. O desempenho, neste exercício, evidencia sua capacidade de controlar a bola em alta velocidade e reagir prontamente aos estímulos auditivos. Sua precisão na realização da batida de palma também indica sua atenção ao detalhe. Em geral, com base nas informações fornecidas, podemos fazer uma análise das respostas em relação ao sensor de presença nos testes de condução de bola em velocidade rápida.
Em resumo, o sensor de presença foi capaz de identificar os alunos cegos que passaram por ele durante os testes de condução de bola em velocidade rápida. Os alunos mostraram habilidade na condução da bola com velocidade e a capacidade de reagir prontamente ao estímulo sonoro, demonstrando coordenação motora e atenção aos detalhes.
Dessa forma, a análise das respostas dos participantes durante o teste de condução rápida mostra distintas ações e habilidades dos indivíduos. A capacidade de conciliar velocidade, controle da bola e resposta rápida aos estímulos auditivos são fatores que influenciaram os desempenhos individuais na execução da tarefa.
Conclusão da Análise Observacional
Com base nas respostas fornecidas, a análise da eficácia da utilização do sensor de presença nas aulas de futebol de cegos visa avaliar se o referido sensor atinge os objetivos propostos e potencialmente viabilizar sua utilização nas aulas de iniciação esportiva de futebol para pessoas com deficiência visual. Observou-se, de maneira geral, uma boa capacidade por parte dos alunos em reconhecer estímulos sonoros.
De acordo com Silva et al. (2019), a utilização de recursos tecnológicos como o sensor de presença pode ser uma estratégia eficaz para promover a inclusão de pessoas com deficiência visual em atividades esportivas. A capacidade dos alunos em reconhecer estímulos sonoros durante as aulas de futebol demonstra a importância de adaptar o ambiente para proporcionar uma experiência mais acessível e segura. Esses resultados corroboram a ideia de que a tecnologia assistiva pode ser uma aliada no desenvolvimento de atividades esportivas inclusivas e na promoção da autonomia dos alunos com deficiência visual.
No entanto, é relevante destacar que nem todos os alunos reagiram imediatamente aos estímulos sonoros, havendo casos de pequenos atrasos na resposta, como evidenciado na situação da participante 1 durante o teste de condução da bola em velocidade rápida. Apesar dessas variações nos tempos de resposta, a eficácia global do sensor de presença parece ser confirmada, uma vez que os alunos conseguiram identificar os estímulos e executar as ações solicitadas.
Conforme ressaltado por Santos (2017), é essencial considerar as individualidades e necessidades específicas dos alunos com deficiência visual ao utilizar tecnologias assistivas, como o sensor de presença. Os atrasos na resposta dos alunos durante o teste evidenciam a importância de oferecer um treinamento adequado e personalizado, considerando as habilidades e limitações de cada indivíduo.
A adaptação do ambiente, como as barreiras laterais para que a bola não saia do espaço de jogo e os guizos nas bolas, são fundamentais para garantir a promoção da inclusão e do desenvolvimento das habilidades esportivas dos alunos cegos. De forma complementar, a utilização da tecnologia assistiva, como o sensor de presença, pode contribuir significativamente para a autonomia e a participação ativa de pessoas com deficiência visual em atividades esportivas, como afirma Souza (2015). O uso de recursos tecnológicos adequados são essenciais para garantir a eficácia e a segurança dos alunos durante as aulas de futebol.
Essa análise permite concluir que o sensor de presença representa uma ferramenta útil nas aulas de futebol para pessoas com deficiência visual, facilitando a interação dos alunos com o ambiente e contribuindo para o desenvolvimento das atividades nesse contexto. Ademais, o sensor desempenha um papel significativo ao auxiliar os professores nos treinamentos, servindo como ponto de identificação e alerta para os alunos, informando sua localização na quadra e prevenindo possíveis colisões.
Recomenda-se, contudo, a utilização do sensor apenas em treinamentos e exercícios individuais, uma vez que sua aplicação em jogos ou mini-jogos, ao invés de auxiliar, pode gerar confusão devido à passagem de vários atletas, podendo disparar o sensor e prejudicar a dinâmica dos participantes.
Com base nas respostas fornecidas, a análise da eficácia da utilização do sensor de presença nas aulas de futebol de cegos visa avaliar se o referido sensor atinge os objetivos propostos e potencialmente viabilizar sua utilização nas aulas de iniciação esportiva de futebol para pessoas com deficiência visual. Observou-se, de maneira geral, uma boa capacidade por parte dos alunos em reconhecer estímulos sonoros.
De acordo com Silva et al. (2019), a utilização de recursos tecnológicos como o sensor de presença pode ser uma estratégia eficaz para promover a inclusão de pessoas com deficiência visual em atividades esportivas. A capacidade dos alunos em reconhecer estímulos sonoros durante as aulas de futebol demonstra a importância de adaptar o ambiente para proporcionar uma experiência mais acessível e segura. Esses resultados corroboram a ideia de que a tecnologia assistiva pode ser uma aliada no desenvolvimento de atividades esportivas inclusivas e na promoção da autonomia dos alunos com deficiência visual.
No entanto, é relevante destacar que nem todos os alunos reagiram imediatamente aos estímulos sonoros, havendo casos de pequenos atrasos na resposta, como evidenciado na situação da participante 1 durante o teste de condução da bola em velocidade rápida. Apesar dessas variações nos tempos de resposta, a eficácia global do sensor de presença parece ser confirmada, uma vez que os alunos conseguiram identificar os estímulos e executar as ações solicitadas.
Conforme ressaltado por Santos (2017), é essencial considerar as individualidades e necessidades específicas dos alunos com deficiência visual ao utilizar tecnologias assistivas, como o sensor de presença. Os atrasos na resposta dos alunos durante o teste evidenciam a importância de oferecer um treinamento adequado e personalizado, considerando as habilidades e limitações de cada indivíduo. A adaptação do ambiente e a orientação dos professores são fundamentais para garantir que os recursos tecnológicos sejam efetivos na promoção da inclusão e no desenvolvimento das habilidades esportivas dos alunos cegos.
De acordo com Souza (2015), a utilização de tecnologias assistivas, como o sensor de presença, pode contribuir significativamente para a autonomia e a participação ativa de pessoas com deficiência visual em atividades esportivas. A adaptação do ambiente esportivo e o uso de recursos tecnológicos adequados são essenciais para garantir a eficácia e a segurança dos alunos durante as aulas de futebol.
Essa análise permite concluir que o sensor de presença representa uma ferramenta útil nas aulas de futebol para pessoas com deficiência visual, facilitando a interação dos alunos com o ambiente e contribuindo para o desenvolvimento das atividades nesse contexto. Ademais, o sensor desempenha um papel significativo ao auxiliar os professores nos treinamentos, servindo como ponto de identificação e alerta para os alunos, informando sua localização na quadra e prevenindo possíveis colisões.
Recomenda-se, contudo, a utilização do sensor apenas em treinamentos e exercícios individuais, uma vez que sua aplicação em jogos ou mini-jogos, ao invés de auxiliar, pode gerar confusão devido à passagem de vários atletas, podendo disparar o sensor e prejudicar a dinâmica dos participantes.
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